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‘Os Gigantes da Montanha’: qual o valor da arte em um mundo cada vez mais insensível? | Resenha

Arte 4 de outubro de 2020 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Os Gigantes da Montanha: qual o valor da arte em um mundo cada vez mais insensível? | Resenha | Livro

Os Gigantes da Montanha é uma HQ baseada na peça I giganti della montagna, uma obra inacabada do dramaturgo italiano Luigi Pirandello. A idealização e o roteiro são da atriz Inês Peixoto, a partir da montagem do Grupo Galpão (dirigida por Gabriel Villela).

Nesta história, uma companhia teatral decadente chega a uma vila mágica habitada por fantasmas e governada pelo Mago Cotrone. Em uma noite onírica e transformadora, os personagens nos levam a refletir sobre o valor do teatro e da arte em um mundo que já não se importa com a sensibilidade e a imaginação.

‘Cyrano Mon Amour’: cinema e teatro se unem para criar a história por trás do clássico Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand

Alexis Michalik 27 de junho de 2019 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Cyrano Mon Amour: cinema e teatro se unem para criar a história por trás do clássico Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand | Cinema

Paris, dezembro de 1897. O jovem escritor Edmond Rostand sofre com bloqueio criativo, não escreve nada há dois anos, mas precisa sustentar a esposa e os dois filhos. Desesperado, ele propõe ao grande ator Constant Coquelin uma nova peça, na qual será o protagonista. Trata-se de uma comédia heroica, composta em verso, e que deverá ser entregue ainda naquele mês. Só há um porém: a peça ainda não está escrita. Entre peripécias e muito jogo de cintura, nasce Cyrano de Bergerac, uma das peças mais conhecidas e célebres do teatro francês.

Em Cyrano Mon Amour, o diretor, roteirista e ator Alexis Michalik nos presenteia com a história de Edmond Rostand – ornamentada com ficção – em torno da clássica peça. O longa chegou esta semana aos cinemas.

‘O Beijo no Asfalto’: filme marca a estreia de Murilo Benício como diretor e traz Nelson Rodrigues como você nunca viu

Adaptação 5 de dezembro de 2018 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Filme O Beijo no Asfalto: Murilo Benício estreia como diretor e traz Nelson Rodrigues como você nunca viu | Cinema

Encenado incontáveis vezes nos palcos e adaptado para o cinema em 1981, o texto O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, ganha nova adaptação cinematográfica pelas mãos de Murilo Benício em sua estreia como diretor. O filme chega aos cinemas esta semana.

Em preto e branco, o longa apresenta um mix interessante de cinema e teatro para contar a história de Arandir (Lázaro Ramos), um homem recém-casado que testemunha um atropelamento e, ao tentar socorrer a vítima, o homem moribundo pede a ele que o beije. O beijo é flagrado tanto por Aprígio (Stênio Garcia), o sogro de Arandir, como também por um repórter sensacionalista, que se aproveitará do acontecimento inusitado para criar e alimentar polêmicas.

Filme “As Falsas Confidências”: mix de teatro e cinema em trama de mentiras e desencontros

Clássicos 13 de abril de 2017 Aline T.K.M. Nenhum comentário

No cinema: As Falsas Confidências, filme de Luc Bondy, com Isabelle Huppert e Louis Garrel

Sabe aquelas histórias de desencontros amorosos, em que uma pessoa fica sabendo que outra está interessada nela, mas essa outra não se declara, e aí entram “terceiras” pessoas na jogada, e por aí vai?

É mais ou menos este o lance em As Falsas Confidências, o último filme do suíço Luc Bondy (1948-2015) que estreia esta semana nos cinemas. Ah, é com Isabelle Huppert e Louis Garrel nos papéis principais!

E tem mais um detalhe nessa história... Aqui, as mentiras e trapaças rolam soltas, tudo em nome dos interesses individuais.

Resenha: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada + Conversando sobre os personagens + Sorteio

Harry Potter 3 de abril de 2017 Aline T.K.M. 3 comentários

Resenha + Sorteio: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada

Gente, Harry Potter e a Criança Amaldiçoada foi minha primeira leitura do anooo, mas só agora é que saiu a resenha! My bad. Em compensação... tem sorteio de um exemplar e uma ecobag do livro. Acho que vocês vão gostar!

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, como o mundo inteiro sabe, traz o roteiro da peça Harry Potter and the Cursed Child, que estreou em Londres no ano passado. O texto é assinado por John Tiffany e Jack Thorne, e é baseado em uma história original de J.K. Rowling.

Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues | resenha

Literatura brasileira 9 de junho de 2016 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Sempre tive curiosidade com relação às obras de Nelson Rodrigues. Lembro de assistir à série A Vida Como Ela É..., baseada nos textos do autor, no programa Fantástico quando era criança – não era muito apropriada para a minha idade na época, mas abafa o caso. Quando comecei a ter contato com teatro, lá nos meus 13 anos, é que manifestei real interesse em conhecer as peças de Nelson Rodrigues, coisa que hoje, como estudante de teatro, passou a ser uma intimação.

Justamente por já conhecer a trama, ler Vestido de Noiva integralmente foi uma experiência marcada pela expectativa – lá nas alturas –, mesmo antes de iniciar a leitura. E preciso dizer que em nenhum momento me decepcionei.

3 motivos para ver We Will Rock You, o musical do Queen

3 motivos para ver 25 de abril de 2016 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Sim, eu fui conferir We Will Rock You, o musical do Queen! Isso foi já há algumas semanas; fui em uma sessão fechada e, como fã – muito fã! – de musicais e apreciadora de um bom rock, me senti na obrigação de contar um pouquinho sobre WWRY Brasil para vocês.

O espetáculo foi escrito pelo autor e comediante inglês Ben Elton, em parceria com Brian May e Roger Taylor, ambos membros do Queen. Com trilha sonora formada exclusivamente por sucessos da banda, a história se passa no futuro e traz um grupo de jovens que se rebela e decide lutar contra uma grande corporação que trabalha para padronizar todas as pessoas, acabando com sua individualidade. Ou seja, todos usam as mesmas roupas, se comportam da mesma maneira e ouvem as mesmas músicas – o rock, aliás, é proibido.


3 motivos para ver “A Fantástica Casa de Bonecas”

3 motivos para ver 19 de abril de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Em meados de março fui à pré-estreia de A Fantástica Casa de Bonecas, que está em cartaz atualmente no Teatro das Artes (SP) e traz Helena Ranaldi como protagonista, com direção de Clarisse Abujamra (substituindo José Wilker, falecido em abril do ano passado) e produção do ator e produtor cultural Gugs Henrique.

A peça é uma versão de Mabou Mines Dollhouse, espetáculo de grande sucesso da Broadway, encenado em mais de 30 países e vencedor de diversos prêmios teatrais. Trata-se de uma adaptação de Casa de Bonecas, clássico do século XIX do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Aliás, foi este o principal responsável por meu interesse pela peça: há certo tempo venho querendo conhecer as obras de Ibsen, curiosidade que cresceu consideravelmente depois que li Em uma só pessoa, de John Irving. No romance, o protagonista é bastante ligado ao teatro, e o livro traz várias referências às peças de Ibsen – e também a suas personagens femininas.

Bem, nem preciso dizer que gostei muito de A Fantástica Casa de Bonecas. Os motivos foram vários, dentre eles:


Rolou no Teatro – fevereiro, quinzena 2

Maquiagem 10 de abril de 2015 Aline T.K.M. 2 comentários

Rolou no Teatro é uma coluna semanal em que abordo a evolução das aulas do curso profissionalizante de Teatro que estou fazendo. Entenda melhor aqui.

E a segunda quinzena chegou chegando! E veio atrasadinha, eu sei – não deu tempo de escrever e postar antes, my bad. Na verdade, não sei se esta coluna é interessante para vocês (realmente gostaria de saber!), mas ela é, até certo ponto, útil para mim mesma. Penso em mantê-la, pelo menos por enquanto – deixando claro que também depende do interesse de vocês, leitores.

Mas vamos às aulas e ao montão de coisas que vi de meados até o fim de fevereiro!


Em cartaz: O Último Ato

Arte 27 de março de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Exibido fora de competição no Festival de Veneza de 2014, O Último Ato é baseado no livro A Humilhação, de Philip Roth, homônimo ao título original.

Al Pacino, cuja carreira atual se nota ironicamente refletida na ficção, dá vida a Simon Axler, um ator consagrado mas decadente em seus 65 anos de idade. Depressivo, ele vê desvanecer-se sua vocação para o teatro e, solitário, se distancia cada vez mais do seu ofício e chega a perder o interesse pela vida. Após passar um período numa clínica psiquiátrica, Simon revê Pegeen (Greta Gerwig). Filha de um casal de amigos atores, ela – já beirando os 30 – confessa ter uma queda pelo famoso ator desde os oito anos de idade. Lésbica, Pegeen larga tudo e engata um relacionamento com Simon; mas as divergências entre o casal tornará caótica a relação e farão surgir pessoas e conflitos do passado.


O Rinoceronte [Eugène Ionesco]

À la française 4 de março de 2015 Aline T.K.M. 4 comentários


Num vilarejo francês, um rinoceronte é visto à solta pelas ruas. A reação dos locais se divide entre o estranhamento e a exasperação – afinal, o gato de estimação de uma dona de casa foi esmagado pelo animal. No entanto, quando a população se dá conta de que são as pessoas que estão se metamorfoseando em rinocerontes, numa verdadeira epidemia, a situação se complica. O pânico divide lugar com a negação, e ninguém parece capaz de explicar o que de fato está ocorrendo.

Em três atos, a peça de Ionesco – parte do movimento “teatro do absurdo”* – possibilita múltiplos olhares e interpretações, característica que faz dela fonte inesgotável de interesse e curiosidade até os dias atuais.


Rolou no Teatro – fevereiro, quinzena 1

Rolou no Teatro 26 de fevereiro de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Rolou no Teatro é uma coluna quinzenal em que abordo a evolução das aulas do curso profissionalizante de Teatro que estou fazendo. Entenda melhor aqui.

A primeira quinzena nas aulas de teatro deste ano pode ser resumida basicamente na palavra descoberta. Foi quando entrei em contato e conheci um pouco de cada matéria – exceto Corpo, todas elas são novidade, não as tive no semestre passado.

Duas semanas pode não ser tanto tempo, mas acreditem, muita coisa aconteceu nesses dias! Acompanhem comigo tudo o que rolou em cada aula...


Nova coluna: Rolou no Teatro

Arte 12 de fevereiro de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Quem me acompanha aqui no blog e no YouTube sabe que desde a metade do ano passado estudo Teatro. Minha paixão por essa arte vem desde criança (fazia parte do grupinho de teatro da Cultura Inglesa, depois fiz aulas de musical por um tempo), e ano passado finalmente resolvi estudar Teatro de forma mais séria. O que eu deveria ter feito há anos atrás – antes tarde do que nunca!

Bem, o ponto é que começarei a registrar aqui no blog um resumo do que vejo nas diferentes aulas do curso, e é nisso que consistirá a coluna Rolou no Teatro. Algo que será útil para mim mesma, mas que pode ser um tanto interessante de compartilhar por aqui: acredito que a grande maioria de vocês curte tudo o que envolve arte. Para aqueles que se interessam e até mesmo pensam em estudar Teatro, espero que esta coluna lhes motive e sirva de inspiração!


A Preparação do Ator [Constantin Stanislavski]

Atores 11 de fevereiro de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Clássico contemporâneo, A Preparação do Ator é leitura obrigatória a todos os que têm forte ligação – ou interesse genuíno – pelo teatro, quer seja de maneira profissional ou amadora, ou simplesmente para os que apreciam assistir a uma boa peça.

Aqui, Constantin Stanislavski (1863-1938), uma das figuras mais reconhecidas do teatro contemporâneo e cujos métodos de trabalho – até hoje amplamente utilizados – renovaram psicológica e esteticamente a arte cênica, transmite-nos os conceitos e a essência mesma de seu sistema, do trabalho do verdadeiro ator.


O Abajur Lilás [Plínio Marcos]

Global 5 de janeiro de 2015 Aline T.K.M. 4 comentários


Difícil encontrar quem, ao se aventurar pelo gênero teatral brasileiro, não tenha trombado com O Abajur Lilás, de Plínio Marcos. Escrita em 1969, em plena ditadura militar, a peça só foi liberada pela Censura onze anos depois, em 1980. Tendo a montagem sido interrompida e retomada um par de vezes até sua liberação, O Abajur Lilás mobilizou toda a classe teatral, tornando-se símbolo de persistência.

A ação tem lugar no prostíbulo de Giro, um homossexual desapiedado que conta com Osvaldo, um segurança violento, para fazer valer sua autoridade ali. Em estado de extrema degradação humana, três prostitutas tentam sobreviver. Dilma se apega aos valores e ao filho que precisa criar; a rebelde e inconsequente Célia só deseja tomar o prostíbulo e o poder para si; Leninha é novata no lugar, individualista e parece não se abalar com os conflitos alheios. Tudo se complica quando um abajur aparece quebrado no dormitório e nenhuma das três assume a culpa.


3 motivos para ver “Frida y Diego”

3 motivos para ver 26 de novembro de 2014 Aline T.K.M. 10 comentários


Logo no início de novembro fui conferir a peça "Frida y Diego", em cartaz desde outubro no Teatro Raul Cortez (São Paulo), que retrata o relacionamento turbulento do casal de pintores mexicanos Frida Kahlo e Diego Rivera.

Dirigida por Eduardo Figueiredo e com texto de Maria Adelaide Amaral (após 10 anos sem estrear um texto no teatro), a peça traz Leona Cavalli como Frida Kahlo e José Rubens Chachá no papel de Diego Rivera.

Bom, como grande fã da pessoa e do trabalho de Frida Kahlo, não podia deixar de vir aqui contar para vocês 3 motivos para conferir a peça o quanto antes...


O 6º Continente [Daniel Pennac]

À la française 11 de novembro de 2014 Aline T.K.M. 2 comentários


Em suas 160 páginas, O 6º Continente traz dois textos de Daniel Pennac: a novela curta "Antigo doente dos hospitais de Paris", e a peça teatral "O 6º Continente", que dá nome ao livro.

Ao contar a história de uma família que, em um século, alcança imensa fortuna mas se torna fonte da maior poluição já vista no planeta, a peça "O 6º Continente" faz representação ferina da burguesia inserida numa fábula atual sobre os problemas ambientais.


‘Cyrano de Bergerac’: de Edmond Rostand, clássico do teatro francês traz triângulo amoroso e protagonista feio

Clássicos 4 de junho de 2014 Aline T.K.M. 2 comentários

Cyrano de Bergerac

Escrito e montado pela primeira vez em 1897, este clássico do teatro francês foi baseado na vida do escritor Hector Savinien de Cyrano de Bergerac. Até os dias atuais a peça continua a ser encenada no mundo todo.

Paixão proibida, cartas e declarações de amor, guerra, triângulo amoroso. Todos esses elementos estão presentes na peça, cuja ação se passa em pleno século XVII – dois séculos antes de sua concepção. O diferencial fica por conta do protagonista: grande em feiura, Cyrano é maior ainda em generosidade, coragem (e petulância) e romantismo. E ainda é poeta. Seu invólucro horrendo – o imenso nariz é a marca do personagem – o impede de confessar seu amor pela bela Roxane, sua prima.

Ao tomar conhecimento de que o jovem Christian – bonito, porém sem habilidade com as palavras – também ama Roxane, Cyrano propõe unir-se a ele na conquista da mulher amada. Christian com a beleza; Cyrano com as belas palavras de amor.

A união tem êxito, Roxane acaba se apaixonando por Christian, tanto por sua beleza como também por seus cortejos e declarações de amor – que ela ignora pertencerem a Cyrano. Mas a guerra (dos Trinta Anos, entre França e Espanha) irá interferir no triângulo amoroso e trará consequências.

Escrita em rima e composta por cinco atos, a peça traz, além da história de amor, um tema bastante em alta nos dias atuais (poderíamos considerá-lo até mesmo atemporal), que é o conceito do belo e a influência da aparência na autoestima de uma pessoa.

Cyrano é feio, ponto. E apesar de sua grandeza de caráter, ele permite que sua falta de beleza interfira em seus atos. Ele não suporta estar diante da própria imagem no espelho e, se é corajoso no que se refere a batalhas e provocações (Cyrano é o símbolo do panache), nem sequer considera a possibilidade de declarar seu amor, pois a certeza da rejeição o assombra.

Às vezes um pouquinho maçante (por conta das rimas), a leitura se arrasta no início. Lá pela metade do livro, quando realmente as coisas começam a acontecer – a união de Cyrano e Christian, a guerra –, a trama envolve e ganha interesse genuíno.

O que mais marca, entretanto, são os personagens. Cada um deles é único e dotado da força e personalidade que apreciaríamos ver em toda trama que nos cai nas mãos. Apesar da previsibilidade da tragédia, o desfecho não deixa de surpreender e de fazer com que fechemos o livro admirando ainda mais o protagonista – e desejando, no íntimo, escrever uma nova trajetória para ele.

Clássico dos clássicos, e nem um pouco démodé. Seu brilho e essência continuam atuais e não é à toa que ainda é encenado com frequência mundo afora.

LI EM FRANCÊS



Leitura difícil devido ao conjunto rimas + vocabulário antigo.
Indicado para os falantes mais avançados (e com um dicionário sempre à mão).

Edição lida: Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, Pocket Classiques.
Onde comprar em francês: Amazon

LEIA PORQUE

Clássico francês com mensagem que continua bastante atual. Dica: assistam também à adaptação homônima de 1990, dirigida por Jean-Paul Rappeneau e com Gérard Depardieu – magistral – no papel de Cyrano. Legal para quem curte filme de época.


DA EXPERIÊNCIA

A leitura demorou um tiquinho para começar a fluir, mas a trama é envolvente e, uma vez que a coisa engatou, não consegui sossegar até terminar o livro.

FEZ PENSAR EM

Outras peças que li sem esperar grande coisa e que acabaram por me surpreender, como Escola de Mulheres (de Molière) e A Importância de ser Prudente (de Oscar Wilde).



Cyrano de Bergerac
EDIÇÃO JOSÉ OLYMPIO
Onde comprar: Amazon

Título/Título original: Cyrano de Bergerac
Autor(a): Edmond Rostand
Tradução: Ferreira Gullar
Editora: José Olympio (Record)
Edição: 2011
Ano da obra: 1897
Páginas: 264
Cyrano de Bergerac
EDIÇÃO MARTIN CLARET
Onde comprar: Amazon

Título/Título original: Cyrano de Bergerac
Autor(a): Edmond Rostand
Tradução: Regina C. de Oliveira
Editora: Martin Claret
Edição: 2009
Ano da obra: 1897
Páginas: 272

A Importância de Ser Prudente [Oscar Wilde]

Civilização Brasileira 7 de maio de 2013 Aline T.K.M. 12 comentários


Inglaterra, século XIX. Para escapar da imagem de homem respeitável e das inúmeras obrigações enquanto tutor da sobrinha Cecília em sua casa de campo, João Worthing inventa a existência de um irmão mais velho um tanto problemático, chamado Prudente. Assim, ele consegue ir a Londres e lá desfrutar de alguns prazeres que só a cidade grande oferece; também aproveita para cortejar Gwendolen, prima de seu amigo Algernon Moncrieff – bem-nascido e tremendo perdulário.
Algernon, a seu turno, inventa um amigo doente – Bunbury – e o utiliza como desculpa para se desvencilhar de compromissos sociais indesejáveis, principalmente os que envolvem sua tia, Lady Bracknell. Ao se inteirar da bela sobrinha de João, Algernon assume a identidade do imaginário Prudente para procurá-la na casa de campo e poder cortejá-la. No mesmo momento, porém, João chega à casa de campo anunciando a morte de seu irmão Prudente, o que constitui uma rede de mal-entendidos.
Com Cecília apaixonada por Algernon/Prudente e Gwendolen apaixonada por João/Prudente, os dois amigos deverão lidar com a confusão para manter as identidades paralelas a fim de conquistar as garotas, sem descuidar de sua imagem e prestígio social.


Personagens estereotipados e bastante caricatos juntam-se ao típico humor britânico nesta comédia de costumes do escritor/dramaturgo/poeta irlandês Oscar Wilde. Em A Importância de Ser Prudente, Wilde satiriza tanto a alta sociedade quanto a camada popular; tampouco ficam de fora as instituições – como o casamento e a família –, o clero, a etiqueta, o moralismo e até a própria literatura.

A crítica aparece de maneira sutil, mas não menos hilária. Os trocadilhos e as reviravoltas dão o tom cômico exigido pela própria situação da trama.

ALGERNON. É um trabalho terrivelmente duro não fazer nada. Mas não me importo de trabalhar duramente, contanto que não haja objetivo definido.


As reviravoltas, aliás, aparecem sem economia; as mentiras e ações dos personagens se acumulam, fazendo do confronto final um mal necessário e inevitável. Chamá-lo de mal, entretanto, parece injusto, já que um confronto viria a desfazer os diversos malfeitos.

A recompensa, aqui, não é dirigida às virtudes, estas praticamente ausentes – pelo menos em um plano consciente. Um desfecho recompensador seria mais consequência da resolução dos erros cometidos.

As moças enxergam no nome a própria personificação da prudência, embora a característica esteja em falta; os homens desejam ser Prudente sem realmente compreender a essência – e a importância mesmo – de sê-lo. Depois de muita confusão e grandes surpresas, só mesmo alguém prudente merece ser genuinamente chamado de Prudente.

LEIA PORQUE...
Há genialidade na crítica feita por Wilde. O humor britânico se faz notar por seu aspecto afetadamente comedido, fazendo o cômico parecer ainda mais cômico.

DA EXPERIÊNCIA...
Ainda que teatro não esteja entre os meus gêneros de predileção, não posso deixar passar em branco o quão divertido foi acompanhar as peripécias e confusões de João e Algernon na Inglaterra vitoriana.
Para quem quiser “incrementar” a experiência, existe uma adaptação para o cinema cujo título em português é Armadilhas do Coração. Produzida em 2002, tem direção de Oliver Parker – mesmo diretor de outras duas obras de Wilde: O Marido Ideal (1999) e O Retrato de Dorian Gray (2009).

FEZ PENSAR EM...
Finalmente li algo do Oscar Wilde! E percebi que não é à toa que o escritor tem uma estátua no parque Merrion Square, em Dublin (da qual nunca tirei foto – regrets mode on).


Estátua de Oscar Wilde - reparem no sorrisinho travesso - no Merrion Square (Dublin, Irlanda).

Título: A Importância de Ser Prudente
Título original: The Importance of Being Earnest
Autor(a): Oscar Wilde
Editora: Civilização Brasileira
Edição: 2005 – 4ª edição
Ano da obra: 1895
Páginas: 96

5 motivos para ler Nelson Rodrigues

5 motivos para ler 7 de agosto de 2012 Aline T.K.M. 11 comentários


Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente Nelson Rodrigues, nasceu na cidade de Recife, em 23 de agosto de 1912. Reconhecido como um grande escritor, dramaturgo e cronista, está imortalizado na literatura brasileira. Foi repórter policial, escreveu crônicas, contos, correio sentimental, folhetins, comentário esportivo (era apaixonado por futebol) e artigos opinativos. O teatro entrou em sua vida por acaso, devido a dificuldades financeiras, e aí se consagrou, apesar de suas peças serem constantemente consideradas como obscenas e imorais.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1980.

Nelson Rodrigues completaria 100 anos em 2012. Por ocasião do centenário do autor, vários eventos estão rolando em todo o país. Exposições, peças, leituras, debates... Vale a pena conferir.

E vamos aos 5 motivos...

1. Nelson Rodrigues foi um importante representante da literatura teatral do seu tempo e a peça “Vestido de Noiva” foi um marco no teatro brasileiro moderno por seu caráter inédito. Tendo escrito dezessete peças teatrais, o autor enfrentou problemas com a censura e a polêmica em torno de suas obras, já que o erotismo esteve muito presente. O crítico Sábato Magaldi editou as obras de Nelson Rodrigues em quatro volumes, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. O autor assinava algumas de suas obras sob o pseudônimo Suzana Flag.

2. A originalidade foi um aspecto marcante do autor. Realista em pleno Modernismo, chegou a ser considerado um novo Eça de Queirós. Nelson Rodrigues criticou sordidamente a sociedade e suas instituições, principalmente o casamento, transpondo a tragédia grega (e suas regras) para a sociedade carioca do início do século XX, dando surgimento à contemporânea “tragédia carioca”. O aspecto erótico foi sempre bastante marcante em sua obra.

3. Em vida, acompanhou a adaptação cinematográfica de sua obra, tendo colaborado com o roteiro de “A Dama do Lotação”, “Bonitinha, mas ordinária” e “Álbum de Família”. Foi responsável, também, por escrever os diálogos para os filmes: “Somos Dois”, de Milton Rodrigues, e “Como ganhar na loteria sem perder a esportiva”, de J. B. Tanko.
Ainda, Nelson Rodrigues foi pioneiro na teledramaturgia brasileira com a autoria da novela “A Morta Sem Espelho” para a extinta TV Rio. Outras novelas foram baseadas na obra do autor, como “O Homem Proibido” e “Meu Destino é Pecar”, entre outras, e também a conhecida minissérie “Engraçadinha: seus amores e seus pecados”.

4. A série televisiva “A vida como ela é...” foi baseada nas obras de Nelson Rodrigues (com adaptação de Euclides Marinho e dirigida por Daniel Filho). Fruto de uma apurada observação sobre o mundo, “A vida como ela é...” trazia temas do universo passional. A série foi exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, em 1996, com reprise em 1997 e em 2001.

5. Nelson Rodrigues foi autor de inúmeras frases – as “pérolas rodrigueanas”. Suas “mil melhores frases” foram organizadas pelo jornalista e escritor Ruy Castro e publicadas pela editora Companhia das Letras sob o título de Flor de Obsessão.

“Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.” [Nelson Rodrigues]

PRINCIPAIS OBRAS:
Peças:
Mulher sem Pecado (1941)
Vestido de Noiva (1943)
A Falecida (1953)
Os Sete Gatinhos (1958)
Boca de Ouro (1959)
Beijo no Asfalto (1960)
Toda Nudez Será Castigada (1965)
Teatro Completo (1981-89) – Organização de Sábato Magaldi, 4 volumes

Romances:
Meu Destino é Pecar (1944) – como Suzana Flag
O Homem Proibido (1951) – como Suzana Flag
O Casamento (1966)

Contos:
Cem Contos Escolhidos – A vida como ela é... (1961) – 2 volumes
Elas Gostam de Apanhar (1974)
A vida como ela é... – O homem fiel e outros contos (1992) - Seleção de Ruy Castro

Crônicas:
Memórias de Nelson Rodrigues (1967)
O óbvio ululante (1968)
A cabra vadia (1970)
O reacionário (1977)

Frases / Depoimentos:
Flor de Obsessão: as 1000 melhores frases de Nelson Rodrigues (1997) – Organização de Ruy Castro
Nelson Rodrigues – por ele mesmo (2012) – Organização de Sônia Rodrigues, filha do autor

PARA SABER MAIS:
Nelson Rodrigues: 100 anos – site comemorativo do centenário do autor, da Editora Nova Fronteira
Nelson Rodrigues, o Eterno – matéria da revista Bravo! (edição 173, jan/2012)

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