Desde que li Uma Irmã, uma história sobre o desabrochar juvenil, me apaixonei pelo trabalho do quadrinista francês Bastien Vivès. A simplicidade no traço, a franqueza na trama.

No primeiro semestre deste ano, a Editora Nemo trouxe para o Brasil a graphic novel Polina, originalmente publicada em 2011. E não deu outra: me apaixonei perdidamente! Ah, e quem adora filmes de dança, no estilo Sob a Luz da Fama (Center Stage), vai curtir muito essa HQ!

Polina apresenta a trajetória de uma jovem bailarina russa em seus anos de formação no ballet clássico. São anos árduos e, ao mesmo tempo, recompensadores; Polina Ulinov ama a dança, mas tem uma relação de altos e baixos com o mestre Nikita Bojinski, que, reconhecendo o talento da menina, exigirá cada vez mais dela. Amizades, amores, descobertas e experiências artísticas marcam o percurso dessa jovem, que está destinada a se tornar uma grande coreógrafa.

Deixei acumular os recebidos de novo!!

Entre maio e julho chegou muita coisa boa por aqui, e, por isso, quebrei esse conteúdo em dois posts/vídeos, para conseguir mostrar tudo sem ficar aquela coisa quilométrica (embora ainda tenha ficado um pouco)!

Então, nesta primeira parte, falei sobre os livros que recebi do clube Pacote de Textos (que, aliás, é um dos clubes de assinatura literários mais legais hoje em dia) e de editoras parceiras: quadrinhos, literatura brasileira da Global Editora, lançamentos da Companhia das Letras e do selo Alfaguara, e um clássico da Antofágica — que não é parceira fixa, mas da qual vez ou outra recebo livros lindíssimos.

Se você amou Pílulas Azuis, então precisa mergulhar em Oleg, a nova graphic novel do quadrinista suíço Frederik Peeters!

Nesta autoficção, lançada recentemente pela editora Nemo, o protagonista Oleg é uma espécie de alter ego do próprio Peeters. O quadrinista de 40 e tantos anos está passando por uma crise criativa enquanto lida com a dificuldade de acompanhar a era das redes sociais, da dispersão e da superficialidade, em um mundo permanentemente conectado e que, com tanto a oferecer (e em quantidades ilimitadas), caminha rumo à destruição total.

Você tem um pé atrás ou não necessariamente sente empolgação com a palavra “biografia”?

Eu confesso que já fui uma leitora que torcia o nariz para o gênero, mas conforme fui lendo e descobrindo a amplitude de obras e aspectos relacionados a biografia, percebi que vários dos livros mais sensacionais que já li guardavam alguma relação com o gênero, seja biografia, autobiografia ou mesmo autoficção.

Por isso quis trazer esse vídeo hoje para vocês, propondo uma listinha de “biografias” para quem não curte biografia. Se você é daqueles que só leem biografias de alguém que já admira muito e têm várias ressalvas quanto a histórias baseadas na vida de pessoas que você nem conhece... bom, esse é o seu momento de rever alguns conceitos e de pegar algumas dicas de livros que podem operar alguma mudancinha aí!

Os Gigantes da Montanha é uma HQ baseada na peça I giganti della montagna, uma obra inacabada do dramaturgo italiano Luigi Pirandello. A idealização e o roteiro são da atriz Inês Peixoto, a partir da montagem do Grupo Galpão (dirigida por Gabriel Villela).

Nesta história, uma companhia teatral decadente chega a uma vila mágica habitada por fantasmas e governada pelo Mago Cotrone. Em uma noite onírica e transformadora, os personagens nos levam a refletir sobre o valor do teatro e da arte em um mundo que já não se importa com a sensibilidade e a imaginação.

Quem leu Ousadas Vol. 1 vibrou com o lançamento da continuação. E não é para menos: a sequência, também assinada pela quadrinista francesa Pénélope Bagieu, continua tão incrível quanto a HQ anterior!

Se no primeiro volume conhecemos quinze mulheres fortes que mudaram suas vidas e o mundo, em Ousadas 2 nos deparamos com mais quinze perfis de mulheres que foram além, que enfrentaram a sociedade machista, retraçaram o próprio destino e transformaram suas vidas e a vida dos demais.

O bom-humor e as ilustrações coloridas e cativantes encantam. Mas não para por aí. Aqui no vídeo, conto por que todxs xs leitorxs precisam ler essa HQ!

“Você tem duas vidas. A segunda começa quando você percebe que só tem uma.” Os dizeres de Confúcio aparecem na epígrafe e nos dão uma pista sobre o desenrolar dos acontecimentos em Duas Vidas, uma HQ do francês Fabien Toulmé (autor de Não era você que eu esperava).

Aqui somos apresentados a Baudouin, um jovem workaholic que sempre viveu de acordo com as expectativas alheias, que detesta o que faz e praticamente não tem vida social. Mas ele nunca conseguiu reunir a coragem necessária para levar a vida de um jeito que fizesse sentido para ele. Ao descobrir que lhe resta pouco tempo de vida, e encorajado pelo irmão, Baudouin começa uma jornada de autodescoberta e realização.

Inspiradora e surpreendente, essa HQ tem o poder de abrir nossos olhos para a vida que estamos levando. Tenho certeza de que nenhum leitor será o mesmo depois desse livro – explico o porquê no vídeo logo abaixo.

Um dos quadrinhos mais viscerais que já li, Duplo Eu fala sobre obesidade, autoestima, gordofobia, autossabotagem. Mas não é só sobre isso. O que torna essa HQ tão especial e tão universal é que, ao abordar esses pontos, ela toca também na questão das máscaras que nós usamos todos os dias para esconder aquilo que está em ebulição dentro de nós.

Duplo Eu é uma obra autobiográfica – e supercorajosa – da Navie, ilustrado à perfeição por Audrey Lainé. No vídeo, falo mais sobre a trama e por que penso que todo mundo deveria ler essa HQ.

Cem anos é muito tempo?

Foi com essa pergunta que iniciei o vídeo falando sobre O Dia de Julio, uma HQ do célebre Gilbert Hernandez, lançada recentemente pela editora Nemo.

Em O Dia de Julio, o autor de Sopa de Lágrimas e Diastrofismo Humano narra a história de uma vida. Mais precisamente, da vida de Julio, que viveu exatos cem anos e cuja trajetória se mistura à história do século XX.

Enquanto lia Intrusos, a HQ do Adrian Tomine, me peguei várias vezes pensando: “P*, tô virando fã desse cara!”.

Com 6 contos gráficos, a obra traz personagens em situações nas quais se sentem solitários e em constante busca por aprovação e cumplicidade.

Saiba por que Intrusos é uma HQ tão especial e por que é ideal para quem não tem familiaridade com quadrinhos e curte narrativas mais literárias. Aqui no vídeo:

Virei fã de Daniel Clowes quando li Paciência pela primeira vez. Depois reli e admirei ainda mais o trabalho do quadrinista norte-americano. Aí li Ghost World, me diverti horrores com as peripécias das duas amigas meio malucas, assisti ao filme – era um daqueles que estava na minha lista de “preciso ver” fazia séculos! – e tive certeza de que precisaria ler tudo mais que eu pudesse desse cara.

E então peguei Como uma Luva de Veludo Moldada em Ferro. Esta edição, publicada pela Editora Nemo, traz os dez capítulos da história homônima que foi publicada originalmente entre 1989 e 1993 na revista americana Eightball. E vocês não imaginam: nunca na vida li uma HQ com trama e personagens tão bizarros! Nonsense total!

Mulheres que sofreram abuso, que enfrentaram a descrença e o preconceito para lutar por aquilo que acreditavam. Tem mulher que precisou se disfarçar de homem para exercer sua profissão, mulher que nasceu em um corpo masculino, mulher que tinha barba e sofria bullying quando essa palavrinha ainda nem sonhava em existir.

Esses são alguns dos perfis que você vai encontrar em Ousadas – Vol.1: Mulheres que só fazem o que querem, uma HQ inspiradora da francesa Pénélope Bagieu (autora de Uma Morte Horrível). Neste primeiro volume, Ousadas traz quinze histórias sobre mulheres que desafiaram a sociedade de sua época para mostrar que podiam fazer o que quiserem. E elas fizeram!

Confere aí na resenha por que essa HQ é tão necessária e é a HQ mais girl power que você vai ler!

2018 tá chegando ao final e, como já é tradição por aqui, vim trazer as minhas melhores leituras do ano – e a pior leitura também!

Escolher os melhores livros foi bem sofrido, já que li muitos livros incríveis em 2018. Mas cheguei aos 3 “mais-mais” e foram muito merecidos! Também incluí menções honrosas – aqueles livros que não podia deixar de mencionar. E... claro, a pior leitura do ano! (Xiii... já tô vendo que existe uma considerável possibilidade de eu ser um pouco xingada por aqui, mas beleza.)

Sabe aquele lance de tratar um tema complexo e ainda tabu de maneira simples, direta e até didática? E, ainda assim sem perder a naturalidade.

Então... a resenha de hoje é de uma HQ que atende perfeitamente à descrição acima. Justin, a HQ da francesa Anne-Charlotte Gauthier (ou apenas Gauthier), aborda a trajetória de Justine, uma jovem que nasceu com corpo de garota, mas que é e sempre foi um garoto.

Na adolescência, Justine finalmente descobre o que é ser transgênero. Aquele sentimento de inadequação tem um motivo e um nome, e tudo parece de uma vez por todas começar a se encaixar em seu devido lugar. Justine (ou Justin) descobriu que é trans, mas e agora?

O que uma infância em meio à violência pode fazer com uma pessoa? É possível quebrar o círculo vicioso que assombra famílias violentas? Nada a Perder, a HQ de Jeff Lemire, tenta responder a essas questões.

Bastante conhecido pela graphic novel Condado de Essex e por seu trabalho junto à Marvel e à DC Comics, o quadrinista canadense Jeff Lemire traz aqui uma verdadeira obra-prima. Com um ótimo roteiro e ilustrações poderosas, Nada a Perder aborda temática bastante relevante – a violência e suas consequências.

Pois é, fiquei um tempão sem mostrar os meus recebidos, e aí aconteceu isso: um monte de livros acumulados que eu tive que me virar nos trinta para mostrar em um único vídeo!

Brincadeiras à parte, este book haul está superespecial porque só tem livro maravilhoso. Além disso, teve presentinho, evento de livreiros e kits muito lindos – as editoras capricharam. Ficção científica, young adult, romance, quadrinhos, thrillers, poesia...

Imaginem vocês mesmos lá no começo da adolescência. A descoberta do desejo, a primeira paixão, aquele amor de verão, a atração pela menina ou menino mais velho.

É exatamente esta a atmosfera de Uma Irmã, a graphic novel deliciosa de Bastien Vivès, na qual um garoto de treze anos vive suas primeiras descobertas e explorações no turbulento campo da paixão.

A delicadeza e a sensualidade da trama me conquistaram, bem como os personagens juvenis – Antoine e Hélène –, que experimentam sentimentos que todos nós um dia já provamos. Conto mais detalhes da história e do visual da HQ aqui na resenha em vídeo!

Acho que a maioria de vocês sabe que tá rolando o Mês Geek Amazon, né?! Durante o mês de maio, a Amazon vai estar repleta de descontos e promoções incríveis em livros e artigos geek.

Como o especial desta semana no Mês Geek é dedicado aos quadrinhos, resolvi trazer para vocês as ofertas mais bacanudas de HQ que encontrei por lá! E, se liga só, tem vários títulos em pré-venda, outros que são lançamentos fresquinhos, tem aqueles quadrinhos que a gente conhece e quer faz um tempão - essa é a chance de tê-los na estante! Enfim, tem “de um tudo” e mais um pouco!

Para muitos de vocês, o nome Ghost World provavelmente faz lembrar da dupla Scarlett Johansson e Thora Birch, ainda tão novinhas, na pele das duas adolescentes outsiders do filme indie de Terry Zwigoff.

Mas a inspiração para o filme veio da HQ homônima de Daniel Clowes, o aclamado quadrinista americano e autor do magnífico Paciência.

Na realidade, as histórias das amigas adolescentes Enid e Rebecca começaram a ser publicadas em 1993, na revista Eightball, do próprio Clowes. A primeira edição em forma de coletânea, reunindo todas as histórias em um único volume, foi originalmente publicada em 1998.

Lá se vão vinte anos, e a Editora Nemo – lindamente – presenteou os fãs de quadrinhos ao trazer essa edição especial em comemoração do 20º aniversário de Ghost World. O resultado é o que vocês vão ver no vídeo a seguir!

O que você faz quando sua filha morre?

A questão acima está no cerne desta que foi simplesmente o primeiro livro que me fez chorar REAL.

Rosalie Lightning: Memórias Gráficas é uma HQ do norte-americano Tom Hart. Aqui, ele constrói um memorial para sua filhinha, Rosalie, que faleceu pouco antes de completar 2 anos de idade.

Transbordando verdade e saindo do óbvio, o autor intercala lembranças e narra a jornada enfrentada por ele e sua esposa através do luto e rumo à aceitação de uma perda tão prematura e repentina. Com esta graphic novel, Tom Hart emociona e nos presenteia com um trabalho inesquecível, uma das obras mais lindas que já tive a chance de ler.