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Vi na Livraria: O coração é um caçador solitário, de Carson McCullers

Carson McCullers 25 de setembro de 2014 Aline T.K.M. Nenhum comentário



O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Além de ter sido atraída de imediato pela sinopse – transmite uma tristeza sem igual! –, não dá para ignorar o fato de que O coração é um caçador solitário foi eleito pela revista Time um dos melhores romances em língua inglesa dos últimos oitenta anos.


Vi na Livraria: Idiopatia, de Sam Byers

Alfaguara 6 de agosto de 2014 Aline T.K.M. Nenhum comentário


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...


“Brilhante (…) um romance de estreia fascinante e mordaz sobre o que é ter trinta e poucos anos.” John Lanchester, The Observer

Esse comentário do Observer acima já cria um comecinho de expectativa em relação a Idiopatia, o romance de estreia do britânico Sam Byers.


Vi na Livraria: Sergio Y. vai à América, de Alexandre Vidal Porto

Alexandre Vidal Porto 11 de julho de 2014 Aline T.K.M. 12 comentários


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Vencedor do Prêmio Paraná de Literatura 2012 na categoria romance, Sergio Y. vai à América é lançamento recente da Companhia das Letras.

A enorme vontade de ler o livro, antes de tudo, se deve ao fato de o narrador ser um psiquiatra. Já disse que tenho uma queda fortíssima por tramas de caráter psicológico? Pois é, tenho.

Outra coisa que só fez aumentar minha vontade de ler o romance, além de conhecer o trabalho do diplomata e escritor Alexandre Vidal Porto, foi a entrevista que ele concedeu ao Jô em finais de abril, falando do novo livro - assistam à entrevista aqui.

Finalmente, só tenho uma coisa a dizer: ainda lerei esse livroskoobers que trocam pelo plus, me aguardem!

SERGIO Y. VAI À AMÉRICA, de Alexandre Vidal Porto, Companhia das Letras.
Onde comprar: Fnac | Submarino | Saraiva | Saraiva (e-book) | Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book) | Amazon (edição Kindle)
SINOPSE: Narrado por um experiente e sofisticado psiquiatra, Sergio Y. vai à América coloca diante do leitor duas questões fortes do nosso tempo: o poder do testemunho (e o que ele pode esconder em sua aparente carga de veracidade) e o deslocamento. No caso, sexual.

O jovem Sergio Y., bem-nascido e aparentemente sem grandes dramas na sua ainda curta existência - embora se considere infeliz -, é um “paciente interessante”, como diz o narrador. Frequenta o consultório regularmente, mas um dia desaparece para sempre, abandonando o tratamento. A esse mistério se acrescenta outro, acachapante, que tira a aparente serenidade do psiquiatra e o faz incursionar em uma busca que tem tanto de detetivesca quanto de psicanalítica.

Um romance que é, a um só tempo, uma investigação sobre os caminhos da sexualidade e uma reflexão sobre aquilo que falamos ou deixamos de falar. Um romance que aborda a memória, a construção da identidade e os papéis que desempenhamos ao longo de nossas vidas.


Vi na Livraria: A extraordinária viagem do faquir que ficou preso em um armário Ikea, de Romain Puértolas

À la française 26 de maio de 2014 Aline T.K.M. 6 comentários


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Lançamento da Record, A extraordinária viagem do faquir que ficou preso em um armário Ikea me atraiu primeiramente pelo título: tenho um fraco por livros com nome comprido. Quanto maior, melhor. (Esta última frase é passível de gerar comentários infames, eu sei.)

Ainda no título, achei-o hilário, pois ele sozinho já montou toda uma cena – insólita, diga-se de passagem – em minha humilde mente de “leitora peregrina de livrarias que só entra para olhar, assim, sem compromisso”. Para quem não sabe, Ikea é uma famosa loja sueca de móveis de preço acessível, amplamente presente na Europa e também em outros continentes.

Fora isso tudo, tampouco pude conter a curiosidade perante o fato de o livro ter figurado na lista dos best-sellers na França. Além disso, Romain Puértolas, o autor, nasceu na ensolarada Montpellier, cidade onde vivi durante um dos dez meses em que morei na França e da qual guardo boas lembranças.

A EXTRAORDINÁRIA VIAGEM DO FAQUIR QUE FICOU PRESO EM UM ARMÁRIO IKEA, de Romain Puértolas, Record.
Onde comprar: Fnac | Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book) | Saraiva (e-book) | Amazon (edição Kindle)
SINOPSE: A figura de um faquir está associada à meditação, ao treinamento e à magia. Mas, no caso de Ajatashatru Ahvaka Singh, é mais provável que o público se depare com truques e trapaças.

A última de suas artimanhas foi convencer sua aldeia a pagar por uma viagem à França para adquirir a Camadepregösa, um modelo de cama de pregos vendida pela Ikea. Só que ele não contava em ficar preso dentro de um dos armários da loja. Nem que o móvel seria despachado para outro país.

Assim, o faquir e seu turbante partem para uma aventura, ainda que involuntária, pelo mundo, fazendo uma horda de inimigos, alguns amigos e aprontando muitas confusões pelo caminho.

Vi na Livraria: A Desumanização, de Valter Hugo Mãe

Cosac Naify 24 de abril de 2014 Aline T.K.M. 8 comentários


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Porque acabou de ser lançado no Brasil.
Porque ler algo do português Valter Hugo Mãe está na minha lista mental de metas há tempos.
Pela curiosidade e atração em relação à Islândia.
Porque com esta sinopse foi paixão à primeira lida...

A DESUMANIZAÇÃO, de Valter Hugo Mãe, Cosac Naify.
Onde comprar: Livraria Cultura | Saraiva | Cosac Naify Loja Virtual
SINOPSE: "Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas."

Na paisagem inóspita dos fiordes islandeses, uma menina de 11 anos nos conta, de maneira especial, o que lhe resta depois da morte da irmã gêmea. Um livro de profunda delicadeza em que a disciplina da tristeza não impede uma certa redenção e o permanente assombro da beleza.

O livro mais plástico de Valter Hugo Mãe. Um livro de ver. Uma utopia de purificar a experiência difícil e maravilhosa de se estar vivo.

"Provavelmente, o melhor romance de Valter Hugo Mãe."
Público

"Uma ode fervorosa a um país distante e gélido."
Jornal de Notícias



Vi na Livraria: Nova Gramática Finlandesa, de Diego Marani

Companhia das Letras 4 de abril de 2014 Aline T.K.M. 6 comentários


O QUE ME INTERESSOU NA ÚLTIMA IDA À LIVRARIA...

Publicado originalmente na Itália no ano 2000, Nova Gramática Finlandesa foi lançado em março pela Companhia das Letras. Ovacionado pela crítica, o livro ganhou diversos prêmios e virou best-seller na Europa.

Diego Marani, o autor, é romancista, ensaísta, colunista, e também atua como linguista oficial da União Europeia.

Tem cara de leitura fascinante, não sei, palpite. Além disso, ainda me atrai por ser de autor italiano – gostaria de ler/conhecer mais escritores do país.

NOVA GRAMÁTICA FINLANDESA, de Diego Marani, Companhia das Letras.
Onde comprar: Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book) | Amazon (edição Kindle)
SINOPSE: Trieste, 1943. Um homem à beira da morte chega a um navio-hospital alemão atracado no porto da cidade. Com um grave ferimento na cabeça, sem documentos, memória ou capacidades linguísticas, recebe o tratamento de um médico finlandês que se convence, pautado pelos poucos indícios disponíveis, de que está diante de um conterrâneo.

Enquanto cuida de sua saúde, o médico lhe ensina a língua finlandesa, confiando que assim o ajudará a redescobrir sua identidade. Os dois são cúmplices nessa jornada de exílio e autoconhecimento, que vai levá-los “de volta” a Helsinki.

Remontando às narrativas que povoam o imaginário coletivo, como a de Rômulo e Remo, Mogli e Kaspar Hauser, Nova Gramática Finlandesa é um romance que mistura elementos de suspense e reflexões poéticas sobre a formação da identidade, a aquisição da linguagem, as guerras e os mitos de fundação de uma nação.


Vi na Livraria: Um, dois e já, de Inés Bortagaray

Cosac Naify 24 de fevereiro de 2014 Aline T.K.M. 4 comentários


Lançado recentemente, Um, dois e já me chamou a atenção porque...
Ando nessa pegada de livros com temática relacionada a memórias, nostalgia, lembranças de infância.
Tenho afinidade natural com literatura latino-americana e nunca é demais conhecer novos títulos e autores.
Trata-se do primeiro livro lançado no Brasil da uruguaia Inés Bortagaray, que também escreve crônicas, contos e roteiros.
Bortagaray é autora de um dos contos do essencial Región – Antología de cuento político latinoamericano (sem edição no Brasil), que li em espanhol e em formato digital, e garanto que é uma antologia realmente marcante.

UM, DOIS E JÁ, Inés Bortagaray, Cosac Naify.
SINOPSE: Um, dois e já é uma delicada ode às memórias afetivas. Na novela, a história é narrada em primeira pessoa por uma menina que conta a viagem de verão da família até um balneário uruguaio, dentro de um carro apertado, no início dos anos 80. A voz da narradora, ora lírica, ora jovial, mas nunca infantilizada, descortina a paisagem plana e melancólica do Uruguai, e revela a dinâmica familiar, na qual ela ocupa a peculiar e determinante posição de irmã do meio.

Num relato repleto de humor e ironia, aparecem as disputas, as estratégias, alianças e brigas pelo lugar na janela e pela atenção paterna. Nos momentos de silêncio, ela cria histórias mentais, faz digressões, analisa os gestos do pai e da mãe, e pensa nas pequenas perdas da vida.

Vi na Livraria: Esta Valsa é Minha, de Zelda Fitzgerald

Biografia 15 de janeiro de 2014 Aline T.K.M. 10 comentários


O livro acaba de ser lançado em nova edição pela Companhia das Letras e traz prefácio original de Caio Fernando Abreu. Quer mais?

Escrito por Zelda Fitzgerald – entre outras coisas, a esposa de F. Scott Fitzgerald –, Esta valsa é minha é um trabalho autobiográfico e, ao mesmo tempo, um relato de época.

Pela figura mítica de Zelda, pelos loucos anos 20, enfim... Eis um livro que eu adoraria que caísse em minhas mãos.

ESTA VALSA É MINHA (nova edição), Zelda Fitzgerald, Companhia das Letras.

SINOPSE: Escrito em um hospital psiquiátrico em apenas seis semanas, Esta valsa é minha é um irrecusável convite para penetrar um universo feminino, alegre e sensível, mas também carregado de desilusões.

Zelda reordena suas ideias através da personagem Alabama Knight: fala da infância à sombra de um pai austero, dos namoros e da adolescência no sul dos Estados Unidos no período entreguerras, da vida com um artista na era do jazz, do sonho de se tornar uma bailarina profissional, das viagens à Europa, das festas e do álcool.

Imagens inusitadas e a visão de um vazio cortante pontuam a narrativa de Zelda, uma mulher fascinante que, a exemplo de seu alter ego, jamais se conformou em ser apenas esposa de F. Scott Fitzgerald. Enquanto ele trabalhava em Suave é a noite – que muitos críticos consideram sua obra-prima –, Zelda preparava sua própria versão daquela mesma história.

“Zelda escrevia para se justificar, para se compreender, para se salvar. Para orientar a si própria dentro daquele poço onde tinha caído e que, até hoje, por falta de outra palavra mais adequada, chamamos de ‘loucura’.” – Caio Fernando Abreu, 1986

Vi na Livraria: No Limite, de Marin Ledun

À la française 29 de novembro de 2013 Aline T.K.M. 4 comentários


Soube do livro através de uma comunicação via e-mail da editora e fiquei interessada de súbito.

No Limite, do francês Marin Ledun, está sendo lançado agora no Brasil pelo selo Tordesilhas, da editora Alaúde. Em 2012, na França, o livro foi contemplado com o prêmio de melhor romance noir do ano.

O que tanto me atraiu neste livro é o tema. Divulgado pela editora como “uma crítica contundente ao ambiente de trabalho moderno”, No Limite mescla o real com a ficção. Aprecio o gênero policial – e aí o livro ganha mais um ponto – e fui tomada por uma curiosidade quase latejante ao saber que o autor se inspirou no caso real de uma onda de suicídios no seio da multinacional France Télécom – hoje Orange, a operadora do meu celular no meu ano francês – entre os anos de 2008 e 2009.

Os personagens são funcionários aniquilados pela pressão insana exercida por uma empresa que visa acima de tudo ao lucro e à produtividade. Nada diferente da vida real, eu diria. Entretanto, a inserção de um assassinato e tudo mais que acompanha um bom suspense policial parece conferir um bônus especial à história. E à minha curiosidade de leitora também.

NO LIMITE, de Marin Ledun, Ed. Alaúde.
SINOPSE: Médica de uma grande empresa de telefonia, Carole Matthieu atende funcionários esgotados pelo dia a dia opressor do trabalho. Como Vincent Fournier, ex-figurão da companhia rebaixado a atendente de telemarketing. Deprimido e à beira de um colapso mental, ele já tentara estrangular a chefe e se suicidar. Vincent estava morrendo aos poucos, e Carole decide apressar as coisas. Frustrada com a insensibilidade de seus superiores, ela desenvolve um senso bastante peculiar de justiça e uma obsessão mortal por desmascarar o sistema.

Como um grito de socorro, Carole decide assassinar Vincent Fournier, de forma a voltar as atenções ao que está acontecendo na empresa.

Mas um crime sempre traz consequências imprevistas. Como o bonito e jovem detetive Revel, encarregado do caso; ou o vigia Patrick Soulier, que estava no local na hora do crime; ou, ainda, a confusão mental que Carole enfrenta, entupindo-se de remédios e acompanhando furiosamente a investigação do crime que ela própria cometeu, enquanto planeja seus próximos passos.


Vi na Livraria: Esquilos de Pavlov, de Laura Erber

Alfaguara 4 de novembro de 2013 Aline T.K.M. 4 comentários


Descobrir Esquilos de Pavlov na livraria (no meio do ano, época do lançamento) foi para mim algo, no mínimo, curioso. É que o livro me chamou atenção pelas mais diversas razões, sendo o título a primeira delas: logo me fez resgatar lá do fundo da memória a imagem de Pavlov e seu famoso experimento de reflexos condicionados em cães (o tal “cão de Pavlov”).

Acalmada a surpresa do título e sabendo que ele nada tem a ver (até onde posso afirmar) com o Pavlov dos experimentos, dei atenção à sinopse (cheguei a relê-la um par de vezes nas livrarias on-line) e a algumas informações que encontrei sobre a autora, cujo livro é sua estreia nos romances. Aliás, a brasileira Laura Erber esteve entre os vinte jovens escritores brasileiros a figurar na lista da Granta em 2012.

Fui mais e enormemente atraída pelo vislumbre de uma trama que envolve a arte e o papel do artista. Segundo Reinaldo Laddaga, crítico de arte e professor da Universidade da Pensilvânia, Esquilos de Pavlov “oferece a minuciosa descrição de um mundo singular: o da arte contemporânea imersa nos paradoxos da globalização”.


Nome Próprio (vídeo-instalação de Laura Erber, 2006)

Interessante também saber que a própria autora, além de formada em Letras e escritora de poemas, é – assim como o protagonista do romance – artista visual e teve residências artísticas em vários países.

Para quem também tiver curiosidade de folhear Esquilos de Pavlov na livraria, reparem que o livro tem imagens no miolo – para turbinar ainda mais nossa curiosidade de leitor.

ESQUILOS DE PAVLOV, de Laura Erber, Alfaguara.
SINOPSE: Ciprian Momolescu é um jovem romeno que vive de bolsas artísticas em peregrinação pela Europa na companhia do gato Li Po. Enquanto narra a sua história, Ciprian redesenha os mitos familiares deixados para trás - o pai, poeta frustrado, autor de livros infantis sobre um ursinho metalúrgico, a mãe hesitante, o avô decadente e todo um ambiente afetivo que se arma e desarma na cadência frenética desta prosa.

Ao receber uma bolsa da obscura fundação Das Beckwerk, em Copenhague, ele se depara com artistas desencantados, estátuas profanadas e a figura fugidia da Senhora Pavlov, que fará a ele e a seus companheiros uma proposta ambígua, crucial, que acaba por revelar um inusitado caminho.

Em 'Esquilos de Pavlov', a artista visual e poeta Laura Erber entremeia a escrita do romance com uso de coleção de fotos que dialogam com a narrativa, criando uma intertextualidade entre a palavra e a imagem. A autora se apropria com liberdade das bases do romance de formação para construir uma ficção impiedosa, por vezes lírica, marcante não só pelas frases precisas e espirituosas, mas pela maneira distinta de fazer literatura.

Vi na Livraria: Meu coração de pedra-pomes, de Juliana Frank

Companhia das Letras 4 de outubro de 2013 Aline T.K.M. 2 comentários


Meu coração de pedra-pomes foi lançado há pouco e, basicamente, atraiu minha atenção...
1. pelo título, um tanto imaginativo;
2. porque a autora tem ganhado considerável espaço dentre os jovens autores da literatura brasileira;
3. e pela “polêmica” em torno da narrativa assanhada e sem cerimônias – Juliana mostra não ter mesmo papas na língua (vide uma crônica dela lá no Blog da Companhia).

Como se não fosse suficiente, a própria Juliana Frank, ao falar de seus livros, não os adorna com excessos de pretensão. Pelo contrário, ela se refere a Meu coração como literatura menor, “um tipo de literatura que não muda nada”.

De fato, li numa entrevista que a narrativa da autora “não se parece com nada do que se convencionou chamar de jovem literatura brasileira, seja lá o que caiba nessa convenção. Não é ‘alta literatura’ nem tem ambição disso, não é fantasia nem juvenil, gêneros com os quais jovens autores do país vêm conquistando leitores”. Tal comentário coroou minha já existente curiosidade da mesma forma como a diminuta cereja coroa a espiral de chantilly de um sundae.

Nessa mesma entrevista, inclusive, a autora diz que optou por mudar de bairro após o lançamento de Quenga de Plástico, seu primeiro livro. Se seu texto cutucou os antigos vizinhos, deve ser ao menos digno de ser olhado mais de perto, penso eu.

E outra, se é para ler algo que envolva sexo, que sejam livros com conteúdo descarado, narrativa interessante, e que explorem algo de humor; em vez de romances açucaradinhos com cenas de sexo safado que fazem pouco mais que ruborizar bochechas...

MEU CORAÇÃO DE PEDRA-POMES, de Juliana Frank, Companhia das Letras.
SINOPSE: Lawanda, 19 anos, trabalha num hospital, mas não está ali para lidar com os pacientes – não oficialmente, pelo menos. Ela é uma das encarregadas da limpeza e vive sob a fiscalização da insuportável Lucrécia, que insiste em controlar seus horários e reclamar de seus atrasos. Mas, como os serviços de faxina são muito mal pagos, Lawanda precisa de outros meios para conseguir comprar os besouros que coleciona (ainda que sua mãe preferisse que ela poupasse para adquirir um apartamento). Assim, presta pequenos serviços escusos aos internos do hospital. Ela também é colecionadora de borboletas, que costura com esmero em suas calcinhas, sempre usando a linha da mesma cor das asas. Faz esta e outras macumbas para que seu amado José Júnior largue a mulher de uma vez e fique só com ela. Na cama, Lawanda sabe que é imbatível, mas a pressão das tias velhas é grande e o rapaz tem dificuldades de se libertar.

Com humor sagaz e desbocado, Juliana Frank narra as várias facetas do universo fantástico dessa jovem mulher que foge a todas as convenções. Elogiada por escritores como Clara Averbuck e Reinaldo Moraes (Juliana é inclusive uma das roteiristas do filme Pornopopeia, inspirado no livro de Reinaldo), a autora se firma na nova cena literária brasileira com seus escritos polêmicos, que vão desde as memórias de uma ex-atriz pornô - uma “filosoquenga”, segundo ela – até as mais variadas formas de loucuras e taras de toda sorte.


E aí, quem quer me dar esse livro de presente??!! =P

Vi na Livraria: Tipos de perturbação, de Lydia Davis

Companhia das Letras 19 de agosto de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários


Ali, num display na livraria, esse livro me atraiu especialmente pelo título. Simples assim. “Tipos de perturbação” soa forte, frio e ligeiramente assustador. Na verdade, qualquer título com a palavra perturbação já me é atraente por si só, como um convite à leitura da sinopse – e ao início de um novo desejo consumista.
Num segundo momento, sinopse lida (e também uma ou outra matéria sobre a autora), fiquei instigada e mesmo fascinada por esse passear entre gêneros diversos que o livro apresenta. Confesso que também a própria autora me chamou a atenção, e o fato de ter levado o Man Booker International...

TIPOS DE PERTURBAÇÃO, de Lydia Davis, Companhia das Letras.
SINOPSE: 57 narrativas breves que trafegam na fronteira entre o conto, o ensaio, a poesia e a filosofia. Algumas são relativamente longas, como “A sra. D. e suas empregadas”, um detalhado relatório das domésticas que passaram pela casa de uma escritora de classe média, cada qual com suas características, seus problemas, seus motivos para sair do emprego. Ou como “Helen e Vi: um estudo sobre saúde e vitalidade”, simulacro de ensaio comparativo da trajetória de duas senhoras idosas. Nos interstícios desses textos revelam-se dramas pessoais profundos e fraturas sociais mal disfarçadas.

Em contraste com esses relatos longos, proliferam os textos brevíssimos, não raro de um único parágrafo.

Em todos os casos, o elemento comum, além da maestria técnica da autora, é o desejo de colher os personagens em suas íntimas inseguranças e em seus desajustes com o meio circundante - os “tipos de perturbação” que dão título a um dos contos e ao livro. Surge com mágica nitidez o absurdo da vida cotidiana, a falácia das tentativas lógicas de dar conta da complexidade do mundo humano. Nesse sentido, uma das matrizes mais visíveis da ficção de Lydia Davis é Franz Kafka, não por acaso personagem principal de um dos contos do volume.

A norte-americana Lydia Davis é uma das contistas contemporâneas mais originais e celebradas. Já traduziu Proust e Flaubert, entre outros. Em 2013 ganhou o Man Booker International Prize.


Vi na Livaria: O Verão Sem Homens, de Siri Hustvedt

Companhia das Letras 19 de julho de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários


Recentemente, recebi através de uma troca pelo Skoob o livro O Que Eu Amava, da autora Siri Hustvedt – ainda não o li, a troca foi mesmo bem recente. Ouvi falar do livro por acaso e, desde então, fiquei muito interessada nele e em outros livros da autora. Pelo que li por aí, Siri sempre trata de incluir um teor psicológico importante em suas tramas. (Adoro, e isso não é novidade!)

E aí, também recentemente, topei com O Verão Sem Homens na livraria, que, aliás, acabou de ser lançado.

O que me chamou a atenção é que, segundo a própria autora, o livro traz uma história banal, mas contada de um jeito nada banal. Com narrativa irônica, a história parece ser bem-humorada (apesar do tema “trágico”); pelo menos é isso o que promete este artigo na seção Cultura do site O Globo.

Olha, deu vontade de ler...

O VERÃO SEM HOMENS, de Siri Hustvedt, Companhia das Letras.
SINOPSE: Mia e Boris são casados há trinta anos. Ela é filósofa e poeta. Ele, neurocientista. Sem aviso, ele decide que é momento de dar um tempo no relacionamento. O motivo: francesa, vinte anos mais jovem, colega de laboratório dele. Mia tem um colapso nervoso e, após passar um breve período internada no hospital, decide passar as férias de verão em sua cidadezinha natal, em Minnesota. Sua mãe ainda vive lá, em um condomínio para idosos.

Lá, Mia oferece uma oficina de poesia para estudantes locais. Toma contato com as amigas da mãe, com as meninas da oficina (e suas interações marcadas por uma feroz rivalidade), e também com a nova vizinha, uma jovem mãe de duas crianças pequenas, casada com um homem ausente, estressado e agressivo.

A partir da convivência com essas mulheres ao seu redor, e longe da sombra das figuras masculinas que marcaram sua vida, Mia enfim pode reavaliar sua trajetória e encontrar suas próprias respostas.


Vi na Livraria: Nada, de Janne Teller

Janne Teller 25 de junho de 2013 Aline T.K.M. 14 comentários


Como fiquei tentada a levar este livro! Vi-o há algumas semanas na livraria e confesso que li a sinopse trocentas vezes, e fiquei segurando o bendito livro por um tempão, enquanto passeava por entre as demais estantes.
Algo de bizarro na sinopse/proposta do livro me atraiu profundamente, além do título – tão vazio e, ao mesmo tempo, tão expressivo.
No fim, acabei não comprando o livro, mas sigo convicta de que ainda o lerei.

NADA, de Janne Teller, ed. Record.
SINOPSE: “Nada importa.” “Você começa a morrer no instante em que nasce.” Pierre Anthon está no sétimo ano e tem a certeza de que nada na vida tem importância. Por isso, ele decide abandonar a sala de aula e passar os dias nos galhos de uma ameixeira, tentando convencer seus companheiros de classe a pensar do mesmo modo.
Diante da recusa do menino de descer da árvore, seus colegas farão uma pilha de objetos que significam muito para cada um deles, e com isso esperam persuadi-lo de que está errado. A pilha começa com uma coleção de livros, uma vara de pescar, um hamster de estimação... Contudo, com o passar do tempo, os participantes se desafiam a abrir mão de coisas ainda mais especiais. A pilha de significados logo se transforma em algo macabro e doentio, que coloca em xeque a fé e a inocência da juventude.


Vi na Livraria: O Último Amigo, de Tahar Ben Jelloun

À la française 23 de maio de 2013 Aline T.K.M. 4 comentários


Já havia mostrado um livro do autor em um post da coluna Chez le Libraire, onde compartilho a sinopse de algum livro em francês que eu tenha vontade de ler, mas cuja leitura não esteja nos meus planos literários a curto/médio prazo, por motivos diversos.

As razões pelas quais decidi mostrar O Último Amigo aqui no Vi na Livraria são as mesmas que falei na ocasião de quando mostrei o livro Le Bonheur Conjugal, em francês, do mesmo autor. Tenho vontade de ler algo do Tahar Ben Jelloun, bem como de ter algum contato com a literatura árabe (ainda que toda a obra de Jelloun seja originalmente em língua francesa); penso que o autor seria uma boa escolha, uma vez que ele é um nome consagrado na literatura contemporânea.

O ÚLTIMO AMIGO, de Tahar Ben Jelloun, Bertrand Brasil.
SINOPSE: Aconteceu em Tânger, cidade cosmopolita, no final dos anos 1950. Dois adolescentes, Ali e Mamed, conhecem-se no Liceu Francês, passam a andar juntos e se tornam amigos. Durante quase trinta anos, essa relação será afetada por mal-entendidos, duras provações sofridas juntos, ciúme disfarçado e traição. Essa amizade arrebatadora quase chega a se assemelhar a uma história de amor de final infeliz. No entanto, no romance 'O Último Amigo', do marroquino Tahar Ben Jelloun, os personagens, de forma quase antagônica, dão a sua versão dos fatos. Constata-se que eles não viveram a mesma história. A ingenuidade de um tem como contrapartida o egoísmo perverso e destruidor do outro. A amizade, em si, seria um mal-entendido?
É fascinante acompanhar Tahar Ben Jelloun neste romance ao mesmo tempo tão local e tão universal. Escrito em estilo direto e claro, 'O Último Amigo' é também um retrato cruel do Marrocos dos anos de repressão e das desilusões que se seguiram.

Agora, as perguntas que não querem calar: e vocês, já leram literatura árabe? Gostaram?


Vi na Livraria: a ficção científica de Philip K. Dick

Aleph 13 de abril de 2013 Aline T.K.M. 8 comentários


Desta vez venho falar de dois livros que chamaram muito minha atenção recentemente. Acho até que seria mais justo dizer que foi o autor, Philip K. Dick, o responsável pela tamanha curiosidade que senti ao folhear seus livros na livraria.

O americano Philip K. Dick é considerado referência quando o assunto é ficção científica do século XX. Apesar do pouco reconhecimento em vida, sua obra hoje tornou-se conhecida e bastante admirada; vários de seus contos foram adaptados para o cinema, resultando em filmes como Blade Runner e Minority Report, entre outros.

Mas chega de blá blá blá, e vamos conhecer os dois livros do autor que me deixaram extremamente tentada a gastar ainda mais na livraria. Não os comprei, mas foram direto para a minha wishlist, que a esta altura já está quilométrica.

FLUAM, MINHAS LÁGRIMAS, DISSE O POLICIAL, de Philip K. Dick, Ed. Aleph.
SINOPSE: Neste romance, Philip K. Dick explora os limites entre percepção e realidade, criando uma impressionante distopia na qual Jason Taverner, um dos apresentadores mais populares da TV, um dia acorda sozinho num quarto de hotel e percebe que tudo mudou; que se tornara um ilustre desconhecido. E pior. Descobre que não há qualquer registro legal de sua existência. Dividido agora entre duas realidades, ele vê-se obrigado a recorrer ao submundo da ilegalidade enquanto tenta reaver seu passado e entender o que de fato aconteceu, dando início a uma estranha busca pela própria identidade.
Ao unir à trama desconcertante uma sensível incursão no comportamento e nas emoções humanas, Philip K. Dick prende o leitor e faz desse livro um de seus trabalhos mais comoventes.
Escrito em 1974, Fluam, minhas lágrimas, disse o policial foi publicado pela primeira vez no Brasil na década de 80, sob o título Identidade Perdida: O Homem que Virou Ninguém. O livro foi indicado aos prêmios Nebula, em 1974, e Hugo, em 1975, ano em que venceu o Prêmio John W. Campbell como melhor romance de ficção cientifica.


O HOMEM DO CASTELO ALTO, de Philip K. Dick, Ed. Aleph.
SINOPSE: Neste romance perturbador e surpreendente, publicado originalmente em 1962 e vencedor do Prêmio Hugo, Philip K. Dick apresenta um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados.
É nesse contexto assustador que se desenvolvem os dramas de vários personagens, cujas vidas acabam entrelaçadas pelos ditames do I Ching, o milenar oráculo chinês, e que se descobrem envolvidos em situações além de seu controle. Considerado por muitos o melhor trabalho de Philip K. Dick, O Homem do Castelo Alto apresenta uma versão alternativa da História, revelando um olhar crítico e filosófico sobre a condição humana.
E, antecipando filmes e seriados de sucesso, levanta a grande questão: "O que é a realidade, afinal?"



Estes são apenas dois dos livros do autor pelos quais fiquei bastante atraída. Creio que ainda não li uma senhora ficção científica; ainda não me aventurei nos clássicos, e os poucos livros que li que continham pitadas do gênero não foram leituras absurdamente surpreendentes neste quesito – se não me falha a memória.

Para finalizar, sugiro que vejam os demais livros do Philip K. Dick na site da Editora Aleph. Assim como eu, aposto que vocês incluirão de imediato um ou mais deles (ou todos!) na wishlist.


Vi na Livraria: Próxima Estação, Paris, de Lorànt Deutsch

À la française 15 de fevereiro de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários


Imagino que ter meu olhar atraído por Próxima Estação, Paris não seja nenhuma novidade para quem lê o blog. É fato que me interesso genuinamente por tudo que tem relação com a França. Vi o livro na livraria há um tempo e guardei o nome.

Ano passado, no amigo secreto do curso de francês, não tive dúvidas de qual seria o presente que minha amiga secreta receberia. Confesso que foi difícil resistir à tentação de levar um exemplar para mim também. “Fica para a próxima”, pensei. Espero que a próxima não tarde a chegar! Enquanto isso, ficam as fotos e as lembranças dessa cidade tão adorável que é Paris.

PRÓXIMA ESTAÇÃO, PARIS: UMA VIAGEM HISTÓRICA PELAS ESTAÇÕES DO METRÔ PARISIENSE, de Lorànt Deutsch, ed. Paz e Terra, 2011.
SINOPSE: Você sabia que Paris, que atrai milhares de turistas todos os anos, recebeu dos romanos o nome Lutécia, que quer dizer “lama” em latim? Que vestígios da primeira catedral da cidade podem ser encontrados na garagem de um prédio no 5º arrondissement? Que ainda hoje você pode conhecer um homem que recolhe garrafas numa antiga cela da Bastilha?

Lorànt Deutsch nos mostra que, pelas ruas de Paris, existem tesouros escondidos que ninguém imagina. E reúne suas descobertas em torno de algumas das mais conhecidas estações do metrô parisiense. A obra mistura história, humor e descontração em diversas curiosidades sobre Paris (que nem sempre encontramos nos guias de viagem), além de descobrir ruas e desvendar o significado dos nomes das estações do metrô parisiense.



Vi na Livraria: A melhor história está por vir, de María Dueñas

Literatura espanhola 23 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 19 comentários


Vi na livraria e o quis. Quis muito. Porém quis – e quero – com mais urgência o primeiro livro da autora, que é também seu mais conhecido, O tempo entre costuras. A comparação frequente com o também espanhol Zafón é provavelmente o motivo mais forte pelo qual me interesso em ler as obras da autora. Também foi o motivo que me fez parar e olhar com curiosidade A melhor história está por vir, pegá-lo e folheá-lo longamente em uma das minhas andanças na livraria.

A MELHOR HISTÓRIA ESTÁ POR VIR, de María Dueñas, ed. Planeta, 2012.
SINOPSE: Após o fim de seu casamento, a professora Blanca Perea aceita um emprego que sabe prometer alguns meses de tédio, mas uma mudança bem-vinda na sua vida. Vai para uma universidade na Califórnia para organizar os arquivos esquecidos do falecido professor Andrés Fontana. Ali conhece Daniel Carter, um atraente colega americano que não ocupa o lugar que deveria.

Entre os testemunhos do passado de sua pesquisa, e a cumplicidade crescente com Carter, Blanca se verá num emaranhado de sentimentos confusos, intrigas e assuntos pendentes. O trabalho, que no começo parece simples, se mostra cada vez mais suspeito e a professora começa a perceber que algumas coisas não são esquecidas por acaso.

Da mesma autora de "O tempo entre costuras".


Vi na Livraria: Marcelo Rubens Paiva

Contos 7 de dezembro de 2012 Aline T.K.M. 6 comentários


Este Vi na Livraria traz dois livros de um mesmo autor: Marcelo Rubens Paiva. Um deles foi lançado este ano, o As Verdades Que Ela Não Diz. O outro certamente é conhecido de muitos de vocês, trata-se do Blecaute. Folheei o primeiro na livraria há uns dias e simpatizei logo de início, fiquei bem interessada. Aí lembrei que faz um tempão que tenho vontade de ler Blecaute. Então resolvi trazer a sinopse dos dois aqui. Se alguém aí já leu, diz se gostou e por quê!

AS VERDADES QUE ELA NÃO DIZ, de Marcelo Rubens Paiva, ed. Foz
Em "As Verdades Que Ela Não Diz", Marcelo Rubens Paiva faz uma divertida e afetuosa abordagem do singular universo feminino que, como o próprio futebol, é também uma caixinha cheia de surpresas. E já que os homens mentem, imagine as verdades que as mulheres não dizem? Trinta anos depois de se lançar como uma das mais influentes vozes da literatura contemporânea no Brasil, o autor de "Feliz Ano Velho" escreve agora acerca das paixões, das traições, dos conflitos conjugais, das loucuras que cometemos e dos obstáculos que enfrentamos em nome ou em busca do amor. As ruas, os bares, as festas, os motéis, o escritório e a academia são alguns dos cenários por onde circulam os personagens desse novo livro, que nos seduz com diálogos certeiros, bem humorados, temperados por toques de erotismo e sensualidade, sem jamais perder a ternura por nossas experiências cotidianas.

BLECAUTE, de Marcelo Rubens Paiva, ed. Objetiva
Inspirado no seriado americano Twilight Zone (conhecido no Brasil por Além da Imaginação), “Blecaute” traz três amigos - os inseparáveis Rindu e Mário, mais a estudante de Letras, Martina – que saem em uma expedição às cavernas do Vale do Ribeira. A aventura desanda em desastre. Após um cochilo num dos salões da Gruta da Rainha, os exploradores se veem presos na caverna. Um dos riachos internos enche e bloqueia a saída. Sem saber o que fazer, Rindu, Mário e Martina aguardam as águas baixarem. Três ou quatro dias depois, eles conseguem emergir da caverna para fazer uma absurda constatação: todas as pessoas à sua volta viraram "duros", paralisados como estátuas de cera ou bonecos de plástico. Um estranho fenômeno ocorreu e os três se tornam os únicos habitantes vivos do planeta.

Uma história que flui entre memórias de tempos diferentes, evocadas por Rindu, o narrador. Talvez, uma das melhores e mais cativantes personagens em todo o universo marcelorubenspaiviano, com sua insaciável sede de compreensão - das coisas, das pessoas, do mundo e, principalmente, de si mesmo.


Vi na Livraria: O Museu do Peixe Morto, de Charles D'Ambrosio

Charles D'Ambrosio 17 de setembro de 2012 Aline T.K.M. 3 comentários


Basicamente, o motivo pelo qual O Museu do Peixe Morto me atraiu em meio a tantos outros títulos, todos misturados em um display na livraria, foi justamente o próprio título. Através da sinopse, percebi que o livro é notável e merece atenção. Digam se não estou certa:

O MUSEU DO PEIXE MORTO, de Charles D'Ambrosio, Ed. Grua, 2010.
SINOPSE: Os oito contos de O Museu do Peixe Morto apareceram originalmente em importantes publicações americanas como The New Yorker e fizeram parte de coletâneas como The Best American Short Stories (2004 e 2005). No Brasil, o conto "Roteirista" foi publicado pela Serrote (número 3, dezembro de 2009), que apresentou o autor como “um dos mais hábeis e envolventes narradores norte-americanos da atualidade”.

No conto "O esquema geral das coisas", um casal de picaretas sai pelo interior, em meio a fazendas de milho e caipiras, tentando conseguir dinheiro à custa de pequenos golpes. Um casal de velhos os acolhe, e essa é uma boa medida do trabalho de D'Ambrosio, que se equilibra com maestria no falso paradoxo entre vidas à margem e lirismo. As personagens são acolhidas. Os tipos esquisitões, tão comuns no imaginário da sociedade americana, ganham aqui um novo e desassombrado olhar. O menino que mora no orfanato de freiras e cujo pai ficou incapaz num acidente que matou a mãe; o roteirista bem-sucedido que é internado com diagnóstico de suicida em uma clínica psiquiátrica; o homem que conserta máquinas de escrever, ofício que herdou do pai e que não poderá passar ao filho, esquizofrênico; o rapaz que sai em direção ao mar com a urna de cinzas do avô, dando carona a estranhos.

Charles D’Ambrosio escreve sobre os Estados Unidos dos pequenos dramas, e é do país oculto na grande e heróica nação que ele extrai a matéria-prima para sua literatura, que tem conquistado crítica e público.

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