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Chez le Libraire : Gatsby le Magnifique, de F. Scott Fitzgerald

À la française 19 de março de 2014 Aline T.K.M. 2 comentários


Faz um tempão que não trago dicas de leitura em francês! Para quebrar o jejum, nada melhor que um clássico do século XX; um livro cuja leitura me foi inspiradora e que recomendo assim, sem pensar duas vezes, a todo ser humano que se sinta minimamente atraído pelas palavras.

O Grande Gatsby, claro. Aliás, já postei review dele aqui no blog.

Só que o lance agora é encará-lo em francês: Gatsby le Magnifique. Título charmoso, já gostei. E, escrevendo aqui o post, até bateu vontade de comprar uma edição francesa – em e-book sai muito em conta, ridículo de barato.

GATSBY LE MAGNIFIQUE, de F. Scott Fitzgerald, Gallimard (Collection Folio nº 5338).
Onde comprar: Livraria Cultura | Livraria Cultura (e-book)
RÉSUMÉ : L'Amérique des années 20 : c'est l'époque de la prohibition et des fortunes rapides. Jay Gatz surnommé Gatsby est fabuleusement riche. Les rumeurs les plus folles circulent à son sujet. Qu'importe, dans sa somptueuse propriété à Long Islang, Gatsby le Magnifique organise des réceptions durant lesquelles les gens chics et moins chics dansent et boivent jusqu'à plus soif.

Mais qui est ce Gatsby ? D'où vient-il ? D'où tient-il sa fortune ? Pourquoi tient-il tant à séduire la belle Daisy mariée à un millionnaire, Tom Buchanan ? Un homme, un seul, Nick Carraway le cousin de Daisy, connaît la véritable histoire de Gatsby le Magnifique.

Avec ce texte devenu un classique, Fitzgerald, sur un air de jazz et une coupe de champagne à la main, met à nu le Rêve américain et écrit l’un des plus beaux romans du XXe siècle.

O Grande Gatsby [F. Scott Fitzgerald]

Anos 20 6 de julho de 2013 Aline T.K.M. 34 comentários


Ao se mudar para uma modesta casa em Long Island, Nick Carraway torna-se espectador do mundo extravagante de seu vizinho, o milionário Jay Gatsby, cuja mansão abriga frequentes e esbanjadoras festas. A intenção de Gatsby – e sua motivação para perseguir o enriquecimento e o status – é apenas atrair um antigo amor, Daisy, então casada com o aristocrata Tom Buchanan.
Nick descobre, então, a vida dos endinheirados. Um meio feito de traições, rumores, mentiras, e solidão. Neste clássico, F. Scott Fitzgerald pinta um retrato da decadência de uma sociedade materialista e deslumbrada no pós-guerra dos Estados Unidos.


Como pano de fundo, os “loucos anos 20”, a era do jazz e da exuberância, tempo em que se dançavam o charleston e o fox-trot. Aproximando o olhar, enxergamos a América pós-Primeira Guerra, na qual pipocavam novos-ricos e emergia o contraste social; a América da Lei Seca e do crime organizado. Agora, um close poderoso e vemos uma história de amor frustrado. E vemos também Jay Gatsby.

O romance, que figura na lista dos mais importantes do século 20, descortina um amor como raramente se viu. A determinação de Gatsby em sua escalada social, ainda que objetiva, é nutrida tão somente por um sentimento à beira do lírico, deveras ingênuo e obsessivo. Sua Daisy é idealizada por ele, como que pintada com pincéis macios e pigmentos dourados. A luz verde emanada de sua casa, do outro lado da baía, é observada incansavelmente por Gatsby; algo como um sonho a ser alcançado, a razão maior de sua existência.

"Não há intensidade de ardor ou de euforia que possa desafiar aquilo que um ser humano é capaz de armazenar em seu fantasmagórico coração."

A figura de Gatsby é pouco a pouco desvendada no decorrer da leitura, ainda que a aura de mistério que o envolve lhe seja intrínseca. Detalhes de sua vida vão surgindo aos olhos do leitor – um observador em tempo integral, tal como Nick –, levando a que seja julgado das mais diferentes maneiras até que se chegue a uma só conclusão. Apesar de todo e qualquer detalhe sombrio acerca de suas posses, Gatsby é o único ser de verdadeiro valor humano dentre os que o rodeiam. Tudo o mais não passa de mera aparência.

No mesmo pacote, uma sociedade com seus valores corrompidos, e um “sonho americano” fadado ao fracasso justamente por seu aspecto inatingível, utópico. As festas na mansão de Gatsby são o próprio retrato do encanto, da perfeição de um lugar onde não existem problemas sociais nem econômicos. Mas, uma vez fora das noites regadas a álcool em plena lei seca, damos de cara com uma classe trabalhadora submetida a condições precárias, somente enxergada – e também vigiada – pelos grandes olhos de um outdoor do tal oculista Eckleburg.

Para além das aparências e do materialismo, no fim, existem barreiras muito mais sólidas do que se imagina – e do que imaginava até mesmo o próprio Jay Gatsby –, e talvez esta seja uma das mais marcantes mensagens dessa obra.

LEIA PORQUE...
Só o solitário e misterioso Jay Gatsby já vale a leitura. Fitzgerald nos presenteia com um personagem enigmático, que não é verdadeiramente conhecido nem por aqueles que povoam suas festas. Os rumores duvidosos que essas pessoas fazem acerca de Gatsby intrigam também o leitor.

DA EXPERIÊNCIA...
Que delícia ler Fitzgerald! Narrativa rica e fluida, tão memorável quanto o próprio enredo.

FEZ PENSAR EM...
Coco Chanel; as obras doidas – e sensacionais – de Salvador Dalí. E me fez lembrar que continuo desejando louca e urgentemente ler Paris é uma festa, de Hemingway.

Título: O Grande Gatsby
Título original: The Great Gatsby
Autor(a): F. Scott Fitzgerald
Editora: L&PM
Edição: 2011 – Coleção L&PM Pocket
Ano da obra: 1925
Páginas: 208

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