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Em cartaz: Simplesmente Acontece

Cecelia Ahern 5 de março de 2015 Aline T.K.M. 4 comentários


Livre adaptação do romance homônimo (Where Rainbows End, no original) de Cecelia Ahern, Simplesmente Acontece é uma das comédias românticas mais esperadas neste início de 2015, tanto pelos fãs do livro como pelo extenso grupo de admiradores do elenco.

Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin) são melhores amigos desde os cinco anos de idade. Inseparáveis, cresceram juntos e sempre mantiveram a amizade acima de tudo, ainda que houvesse certa atração entre eles. Acontecimentos inesperados, oportunidades perdidas e decisões tomadas tratam de afastá-los. Alex muda-se para os Estados Unidos para estudar medicina em Harvard; Rosie não quer estragar os planos e a felicidade do rapaz com seus problemas pessoais. A trajetória dos dois jovens se distancia, mas o destino – e os sentimentos – insiste em atraí-los.

“Simplesmente Acontece”: carente de substância e de qualquer profundidade

Bem no estilo “conto de fadas moderno”, desde o início somos expostos aos encontros e desencontros dos jovens protagonistas, cujo objetivo principal parece residir em fazer dos expectadores uma massa de torcedores fervorosos pela união de Rosie e Alex. Carisma, de fato, eles têm; no entanto, isso não é o suficiente para sustentar o filme.

Enxurradas de acontecimentos vão sendo despejados, um após o outro, numa apressada maratona sem muitos porquês. Se houve preocupação com uma real coerência dos fatos, certamente não foi excessiva – ao menos não o bastante para convencer o expectador. Como consequência da pressa, a superficialidade acaba sendo inevitável. Tudo é visto “por cima”, como que filtrado e incansavelmente resumido.

Lily Collins tem charme e um jeito atrapalhado que conquista, mas algo parece impedir o amadurecimento de sua personagem; ainda que Rosie se transforme numa mulher, ainda é possível ver claramente a adolescente insegura nela. Talvez isto se deva à trama, que não perde a atmosfera teen nem mesmo para abordar assuntos mais sérios e que exigiriam alguma porção de profundidade. Não, o filme permanece na segurança das águas rasas em sua totalidade.

Como adaptação, a situação não melhora. Apenas vislumbres do livro podem ser vistos no filme, que tenta – sem sucesso – simplificar a intrincada história do casal protagonista. O caráter epistolar – comunicação via cartas e mensagens dos mais variados tipos, o aspecto mais interessante do livro – não teve presença marcante, o que seguramente será fator de decepção para muitos.

Apesar de tudo, o filme não é de todo ruim. A fotografia transmite frescor, os personagens são carismáticos e a trilha sonora tem sua irreverência, além da meiguice das cenas românticas. Já é alguma coisa. Em alguns momentos, parece querer lembrar o belo Um Dia (Lone Scherfig), só de leve, mas a verdade é que não chega nem aos pés.

Quando falta o substancial, o jeito é se deixar levar e colocar um esforcinho extra para ser convencido. Leve e otimista, Simplesmente Acontece pode até agradar aos fãs de comédias românticas. Para os que, independentemente do gênero, buscam por uma trama sólida e surpreendente em qualquer nível... Sinto muito, é o que tem para hoje.


NOTA: 5/10
ESTREIA: 5 de março

Simplesmente Acontece (Love, Rosie) – 102 min.
Reino Unido, Alemanha – 2014
Direção: Christian Ditter
Roteiro: Juliette Towhidi
Elenco: Lily Collins, Sam Claflin, Christian Cooke, Suki Waterhouse, Jaime Winstone, Lily Laight

Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!

 

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4 comentários

  1. Aline, você já assistiu!! Own, eu nem li o livro ainda. :/

    Engraçado que, antes de receber o livro, eu queria demais ler assim que chegasse, mas acabei passando outros na frente e agora fico adiando porque ele está à espera na estante e posso pegá-lo quando quiser. Acontece, né? Fiquei de furar a fila no início do ano, mas minhas leituras estão paradas. Estou tentando me organizar para não pausar totalmente. Estou mega ansiosa pelo filme, mas tenho que ler antes. Geralmente as adaptações são assim: raramente passam a mesma emoção do livro.

    Bjs ;)

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    Respostas
    1. Olha só, eu faço MUITO isso! Fico mega ansiosa, daí quando tenho o livro ele acaba passando uma longa temporada na estante antes de ser lido hahaha. Realmente neste caso acho que não faz muita diferença a ordem das coisas; mesmo se você assistir ao filme antes, ele é diferente do livro. Na verdade, o motivo pelo qual não gostei não foi bem a comparação entre filme e livro (não costumo julgar pela comparação, porque penso que os filmes serão sempre diferentes, formato diferente, enfim). Não gostei mesmo em termos de filme, achei bem superficial, com ou sem livro. Beijinhos. E ah, leia o quanto antes, se puder, pois o livro é lindo demais. =)

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  2. Oi Aline.
    Vou ser sincera. Detestei o livro. Quando li ele em inglês, tinha gostado muito. A troca de e-mails tinha algum sentido. Mas a tradução pra mim não funcionou.... O livro é horroroso. Maçante e chato. Quando estava perto da metade do livro até chorei quando abandonei, já que Cecelia é uma das minhas queridinhas..

    Porém o filme achei ele bom. Me incomoda o fato de 90% das pessoas esperarem uma adaptação igual ao livro. Não consigo me apegar dessa forma.
    Achei o roteiro bem feito. A história ficou coerente. E fiquei pensando, se fizerem um filme da troca de e-mails não acredito que iria funcionar bem..
    O que não gostei muito foi da escolha do elenco. E sim Lily Collins não amadureceu o que deveria, como manda a personagem, e nem é o fato de estar no livro - a personagem em si pede isso. Criei uma antipatia por Rosie.
    A fotografia me conquistou horrores ♥ ♥


    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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    Respostas
    1. Poxa, eu simplesmente me apaixonei pelo livro, foi uma leitura deliciosa. Mas o filme, eu na verdade nunca comparo livros e adaptações esperando que estas sejam fiéis, nem nada do tipo. Tenho sempre em mente que livro e filme são duas coisas diferentes e pedem características e tratamento diferentes. Mas neste caso, achei o filme pobrinho, muito comédia romântica de sessão da tarde. Não senti um aprofundamento na relação de amizade/amor dos protagonistas. Eu curti o elenco, eles criam uma empatia, apesar dessa falta de amadurecimento da Rosie. E sim!, a fotografia é mesmo lindinha. Beijo!

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