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Melhores leituras de 2020

Aleph 29 de dezembro de 2020 Aline T.K.M. 2 comentários

Melhores leituras de 2020 e retrospectiva

Chegamos ao fim de 2020. Passamos pelo que foi o ano mais atípico das nossas vidas. Vivemos momentos de tristeza, indignação, impotência, ansiedade, medo. Muitos perderam pessoas queridas, outros tantos as viram renascer depois da batalha contra o vírus. Chegamos ao fim de 2020 e ainda nos perguntamos como vai ser amanhã. Fato é que o mundo não será mais o mesmo, porque nós não seremos mais os mesmos. Mas espero que todas essas vivências e mudanças e sacudidas que enfrentamos em 2020 sirvam — pelo menos e já que não podemos mudar o que passou — para nos tornar pessoas melhores lá na frente.

O tema do post de hoje é a retrospectiva de 2020. Foi um ano esquisito – apelando para o eufemismo aí – e, como também aconteceu com muita gente, li muito menos do que nos anos anteriores. Bem menos mesmo. Mas decidi que tudo bem, sabe. Até porque foi um ano de leituras bastante memoráveis (vocês vão entender o porquê aqui no vídeo).

Além de revelar quais foram os melhores livros que li, também aproveitei para responder parte da retrospectiva #RetroTudo2020, proposta pela Nádia (@namanita) e pelo Gabriel (@done.em).

Minhas próximas leituras

Alfaguara 27 de dezembro de 2020 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Minhas próximas leituras

Quem me conhece sabe: não sou muito de definir metas de leitura nem TBR! Essa coisa de planejar cada livro que lerei simplesmente não funciona comigo.

Mas... existe uma pilha de respeito que certamente vai estar nas minhas próximas leituras! No vídeo eu mostrei e falei sobre cada um desses livros, e por que eu quero tanto lê-los num futuro breve.

Alguns spoilers: tem releitura de clássico em edição maravilinda da Antofágica, tem Haruki Murakami (por causa daquele meu projeto de leitura para 2021: #LendoMurakamiEm2021, falei dele aqui), tem clássico latino-americano, mais literatura japonesa, HQ...

Livros recebidos em setembro

Aleph 4 de novembro de 2016 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Vídeo: Livros recebidos em setembro

Toda essa renovação do blog deixou o conteúdo um pouquinho mais atrasado que o normal, mas finalmente os recebidos em setembro deram as caras por aqui! E logo mais virão os de outubro - tipo, logo mesmo rsrsrs.

Setembro teve MUITA coisa! Falei dos livros que comprei na Bienal (falando agora, parece tão longe!), livros que troquei, outros de parceria... uma pilha imensa! Também mostrei dois livros autografados por autoras internacionais que ganhei no último Encontro de Blogs de Letras e que em breve sortearei aqui no blog.

(Pseudo) Caixa do Correio: livros recebidos em setembro

Aleph 31 de outubro de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário


Geeeente, o vídeo está grande, mas grande mesmo. Só que teve assunto para tanto, isso eu já adianto – olha eu me justificando!

Mas setembro foi show: fui viajar e voltei com dois livros novos na mala (um deles conseguido de forma meio inesperada), trocas excelentes, livro do Patrick Modiano, ficções científicas de deixar qualquer um se mordendo de curiosidade, livros de “destruir”, teve também o novo livro do Maurício Gomyde - que eu aproveitei para autografar no lançamento aqui em São Paulo... ai, teve tanta coisa! Teve até comentário no maior estilo carência mode on!!!


Baixo Calão [Réjean Ducharme]

À la française 4 de janeiro de 2013 Aline T.K.M. 3 comentários

Johnny, o narrador, leva uma vida infernal entre sua companheira Exa Torrent e a amiga de todas as horas (e mulher do seu irmão adotivo), que ele chama de Tarazinha. E ainda há Pope, uma garçonete de um bar não muito comportado, com quem Johnny também tem uma relação. Ao encontrar uns escritos, Johnny vê no autor muito de si mesmo e de sua vida. Duas histórias que, inevitavelmente, acabam por se entrelaçar.

Cansado das narrativas convencionais? De leituras fáceis e rapidinhas? Seus problemas acabaram!

Gozações à parte, Baixo Calão é uma leitura, digamos, peculiar. Tudo é visto através dos olhos de Johnny, que parece debochar do amor, desconstruindo-o à medida que ele mesmo parece se decompor.

Vazio. Tudo se situa entre o afeto e o desespero, uma viagem contínua entre extremos. Vivendo no limite, os personagens demonstram, através de golpes físicos e psicológicos, o desespero de amar e o autodesprezo. A atmosfera é pessimista; os amores, errantes e fadados ao fracasso.

A narrativa confunde ao nos transportar brutalmente de uma situação a outra. Os lugares são outros sem que o leitor seja previamente avisado. Muitas vezes, é difícil identificar de qual personagem vêm determinadas falas, ou mesmo a quem o narrador está se referindo. A falta da sensação de “começo, meio e fim” bem definidos deixa a impressão de que nada acontece, nunca.
Complicação extra: o narrador lê, em um manuscrito encontrado por acaso, uma história que se parece estranhamente com a sua, que se mescla a ela, inclusive.
Complicação extra #2: a ausência de capítulos torna o texto cansativo e exige uma leitura continuada, sem pausas muito longas. (Então, nada de esquecer o livro largado durante uns dias e depois querer retomar a leitura!)

LEIA PORQUE...
Apesar desses pontos de confusão, a narrativa é poética. A junção do linguajar baixo e das doses altíssimas de – mais uma vez – desespero dá origem a frases sonoras, muitas vezes com rimas. Por ser tão visceral e também introspectivo, o texto tem seus atrativos para quem gosta dessas características.
Além disso, o autor, o quebequense ou québécois (em francês fica mais charmoso!) Réjean Ducharme, é conceituadíssimo. Conheceu o sucesso desde o início de sua carreira, mas, curiosamente, leva uma vida reclusa há algumas décadas (não concede entrevistas nem faz aparições públicas).

Será que somos todos iguais, que podemos tão mal nos suportar, que só esperamos uma oportunidade para nos jogar. Dentro de algum outro se possível? Será que a salvação é o outro, como não dizia o outro?

DA EXPERIÊNCIA...
Baixo Calão foi uma leitura complexa, demorei mais tempo que o habitual para concluí-la. A densidade do texto e as complicaçõezinhas dele (sem esquecer as “complicações extra”!) fazem com que eu indique o livro apenas ao leitor que tiver curiosidade de ler algo do Ducharme. Ok, até é interessante pela intensidade do texto, mas nada que você não consiga passar sem.

FEZ PENSAR EM...
Neve. E mais um punhado de coisas depressivas. Amor passado do ponto, cujo lirismo murchou, apodreceu. Uma música do Legião Urbana, não lembro qual.

Título: Baixo Calão
Título original: Gros Mots
Autor(a): Réjean Ducharme
Editora: Estação Liberdade
Edição: 2005
Ano da obra: 1999
Páginas: 320

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