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Branca como o leite, vermelha como o sangue [Alessandro D’Avenia]

Alessandro D'Avenia 14 de janeiro de 2012 Aline T.K.M. 6 comentários

Leo é um garoto de 16 anos como tantos: adora o papo com os amigos, o futebol-soçaite, as corridas de motoneta e vive em perfeita simbiose com seu iPod. As horas passadas na escola são uma tortura, e os professores “uma espécie protegida que você espera ver definitivamente extinta”. Porém, um jovem professor substituto de história e filosofia mostra-se diferente desde sua chegada: uma luz brilha em seus olhos quando ele explica, quando incita os estudantes a viver intensamente, a buscar o próprio sonho.
Leo sente em si a força de um leão, mas há um inimigo que o aterroriza: o branco. O branco é a ausência; tudo aquilo que em sua vida está ligado à privação e à perda é branco. O vermelho, ao contrário, é a cor do amor, da paixão, do sangue; vermelho é a cor dos cabelos de Beatriz. Quando descobre que Beatriz está doente e que a doença tem a ver com aquele branco que tanto o apavora, Leo deverá escavar profundamente dentro de si, sangrar e renascer, para compreender que os sonhos não podem morrer e para encontrar a coragem de acreditar em algo maior.

Estamos diante de uma história bastante bonita e singela, com personagens que conquistam desde sua primeira aparição. Uma história de amizade e amor, ambos apresentados na forma mais pura que se pode conceber. Existe uma forte veia dramática no enredo, mas que em nenhum momento chega a ser apelativa.

Branca como o leite, vermelha como o sangue é narrado em primeira pessoa – tudo nos é apresentado sob a perspectiva do protagonista, Leo. É interessante perceber como o personagem amadurece durante o pedaço de sua vida que é dividido com o leitor. A sensação que se tem é a de que a história começa com um Leo garoto e termina com um Leo mais maduro – um Leo homem, eu diria.

Apesar dos personagens novinhos (na faixa dos 16 anos) e do ambiente escolar, o livro tem tudo para agradar aos mais adultos também. O tema é denso, mas a história nos é contada com uma leveza incrível, uma simplicidade bela. A leitura, fluida e com capítulos curtos, é marcada por uma linguagem bastante coloquial (lembrando que o narrador é um garoto de 16 anos), mas nem por isso deixa de surpreender com passagens que trazem reflexões profundas. Além disso, a narrativa é recheada de referências à cultura pop, o que acrescenta uma boa dose de diversão ao livro.

Capa da edição italiana
A figura do professor substituto, o Sonhador, tem um papel bastante importante na história. A maneira como ele incita os alunos a ir atrás de respostas que nem sempre podem ser encontradas no Google nos faz perceber que, com atitudes simples, é possível realizar mudanças de proporções enormes. Senti profunda admiração pelo personagem; através de seu papel como professor, ele realmente contribui para formar pessoas melhores.

Uma característica muito legal é a relação que o protagonista faz entre as cores e os sentimentos. Cada cor é associada à essência de determinado sentimento – e, devo dizer, tal forma de expressão funciona tão bem ou até melhor do que se fossem utilizadas palavras apenas.

Termino o review com aquela sensação perturbadora de não ter conseguido expressar o quão especial é este livro. Foi uma leitura que marcou pela delicadeza, principalmente. Inclusive, durante todo o livro, pude ver em minha mente cada cena rodada como um filme. Acredito, de fato, que este livro daria um belo filme (não um sucesso de bilheteria hollywoodiano, mas um destes filmes pendendo para o alternativo, sem grandes ações, em que o principal encontra-se nas entrelinhas).*

Definitivamente, super recomendo o livro! Branca como o leite, vermelha como o sangue é uma leitura que realmente tem algo a dizer; um livro em que nenhum trecho vem de forma gratuita.

É estranho como os sonhos põem a gente em movimento, como uma transfusão de sangue. Como se entrasse em nossas veias o sangue de um super-herói.

*Atualizando: o livro vai virar filme, sim! De produção italiana (ou seja, não será só mais uma adaptação americana), vi que começaram os castings pela internet mesmo; parece que estão recrutando jovens por meio de testes de vídeo. O elenco ainda nem está formado, mas eu já estou ansiosíssima para conferir o filme. =P

Título: Branca como o leite, vermelha como o sangue
Título original: Bianca come il latte, rossa come il sangue
Autor(a): Alessandro D’Avenia
Editora: Bertrand Brasil
Edição: 2011
Ano da obra: 2010
Páginas: 368

Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!

 

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6 comentários

  1. Adorei sua resenha e devido a ela coloquei esse livro para ler no skoob rsrs

    Obrigada por compartilhar!
    Beijos
    Lili

    ResponderExcluir
  2. Achei a capa italiana mais bonita HKGJFHGFJK E a sinopse é bem interessante. É bom compartilhar livros. E esse eu não conhecia :/

    Hey, vota em mim aqui: girlsrepublic-s2.blogspot.com por favor? A enquete tá na barra lateral. Vote em "Sugar Dance".

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    Bjonas (:

    Fique com Deus <3

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  3. Tinha visto esse livro já, mas não tinha pensado em ler. Agora, depois da resenha fiquei com vontade!!

    Achei a capa muito linda para melhorar tudo haha

    Gabi

    ResponderExcluir
  4. Obrigado pela visita no meu blog, estou seguindo o seu :D Espero poder voltar aqui mais vezes e ver sua visita no meu! :D
    Esse é um livro que não tenho muita curiosidade de ler, porque já li tanta resenha que não me atraiu que realmente não dá.
    Eu achei linda essa capa nacional, mais legal que a original...
    Enfim, bjão, Aline!
    Lucas,
    Livros, Filmes e Conversa Fiada

    ResponderExcluir
  5. "Uma característica muito legal é a relação que o protagonista faz entre as cores e os sentimentos. Cada cor é associada à essência de determinado sentimento – e, devo dizer, tal forma de expressão funciona tão bem ou até melhor do que se fossem utilizadas palavras apenas."

    isso me lembrou A Menina que Roubava livros.
    To curtindo seu tipo de leitura, bem diferente ♥

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