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A Arte da Invisibilidade [Allan Pitz]

Allan Pitz 10 de abril de 2012 Aline T.K.M. 3 comentários

“A arte da invisibilidade visa condicionar o homem moderno ao intelectualismo de avanço real e lógico, natural, em acordo com sua época. E, ousadia das ousadias, visa trazer de volta o homem pensador, que vagaria pelas prisões hipnóticas sem se deter a nenhuma delas. Apenas isso.”

Em A Arte da Invisibilidade, um tema que não é de todo novo nos é trazido acompanhado de metáforas interessantes e um humor característico. Um punhado de teoria da conspiração, a sociedade como órgão manipulador e objeto manipulado, e a plena consciência de tudo isso são abordados no livro. A diferença fica por conta de uma roupagem mais “pop” e bem-humorada – o sarcasmo é bastante utilizado aqui – que faz o assunto parecer menos complexo e mais atraente, principalmente aos olhos dos leitores mais jovens. Deparamo-nos com a ideia da existência de uma “matrix” capaz de controlar a sociedade e decidir seus rumos – inclusive, o livro faz referência à filosofia que permeia o filme Matrix. Escapar desta espécie de “ilusão” à qual somos todos submetidos e alcançar, portanto, a invisibilidade, é a principal proposta do livro.

O texto se desenrola na forma de um verdadeiro monólogo – como já avisa o subtítulo –, um desabafo do autor para com quem o lê. Não associem, porém, a palavra “monólogo” a um significado próximo de “entediante”, pois isso não seria verdadeiro. A leitura se faz de forma fluida e o livro é supercurtinho (132 páginas), daqueles que a gente até consegue ler na pausa do cafezinho (forcei, mas até que nem tanto!). Uma característica interessante foi que o autor bolou uma série de termos metafóricos para ilustrar suas ideias. Um glossário pode ser encontrado ao fim do livro com breves explicações dos termos.

Além disso, outro aspecto legal é a inclusão de frases de pensadores/escritores/filósofos intercalando os capítulos. O autor fez algo semelhante em Estação Jugular, e eu considero tal artifício realmente interessante.

Apesar do humor presente e do tema que, por si só, já é bastante interessante, fiquei com a impressão de que o autor esbarrou um pouco na repetição de ideias, além do texto adotar notável tom pretensioso em certos momentos. Enquanto algumas ideias aparecem e reaparecem, outros conceitos foram abordados apenas superficialmente – o que é, no caso, totalmente compreensível, já que entendo que o objetivo não tenha sido conceber uma “enciclopédia” sobre o assunto. O livro representa ótimo convite à reflexão aberta e sincera e, para aqueles que se interessarem, um incentivo à descoberta de todo o lado filosófico, sociológico (e etc) contido no tema.

Acho válido mencionar que o último capítulo faz um apanhado geral das ideias e conceitos apresentados no livro – aliás, tais ideias poderiam ser relativamente bem compreendidas com a leitura do referido capítulo apenas. Este é um ponto positivo, já que sintetiza toda a informação e ideias expostas, colocando um “pequeno kit para reflexão” pronto nas mãos do leitor.

Achei que esta foi uma leitura bastante válida, apesar de certamente não estar entre as minhas favoritas – ainda que o tema me seja fascinante. Incluindo um último comentário, pessoalmente, não gostei da sinopse da contracapa: achei-a “marketeira” demais e não totalmente condizente com a obra. O trecho na orelha do livro me pareceu bem mais apropriado, mas é só uma opinião pessoal. ;-)

Título/Título original: A Arte da Invisibilidade
Autor(a): Allan Pitz
Editora: Dracaena
Edição: 2011
Ano da obra: 2011
Páginas: 132

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