Sabe aquele ícone de quem a gente já ouviu falar bastante, mas nunca realmente soube muito a respeito? O filme A Odisseia, dirigido por Jérôme Salle e que está em cartaz nos cinemas, se encaixa nesta situação ao abordar um período da vida de Jacques Cousteau – também conhecido por Capitão Cousteau. Só posso dizer que minha experiência ao ver este filme foi curiosa e muito fascinante.

Jacques-Yves Cousteau (1910-1997) foi um oceanógrafo, cineasta, documentarista e oficial da marinha francesa, que ganhou diversos prêmios de TV e cinema pelos documentários realizados em suas viagens de pesquisa na embarcação Calypso. Cousteau também é conhecido por ter sido um dos inventores do aqualung – tipo de equipamento de mergulho que substituiu o escafandro.

O ano é 1948. Jacques Cousteau, sua esposa e os dois filhos vivem em alto-mar, a bordo do grande navio Calypso. Ao longo do tempo, a paixão pelo mundo submarino e o desenrolar de inúmeros projetos ligados à área fazem com que Cousteau se afaste de sua família.

Um de seus filhos, Philippe, segue os passos do pai, embora ambos tenham uma relação conturbada e visões totalmente divergentes quando à maneira de conduzir o trabalho.

Com orçamento de mais de 20 milhões de euros e riquíssimo em muitos aspectos, A Odisseia traz mensagens relevantes e reserva boas surpresas para os cinéfilos. Para encorajá-los ainda mais, aqui vão 5 ótimos motivos para não deixar de conferir o filme!

1. Prepare-se para ver imagens de tirar o fôlego. Diante dos nossos olhos desfilam as belezas do fundo do mar, tubarões e a vastidão branca da Antártida!

2. A cinebiografia nos permite conhecer mais a fundo a trajetória de Jacques Cousteau e também seus conflitos familiares enquanto desbravava os oceanos. Ou seja, temos a chance de olhar para o homem por trás dos documentários e da fama.

3. Audrey Tautou, diva e maravilhosa, dá vida à esposa de Cousteau, Simone. A personagem sofre uma transformação interessante ao longo da trama, da esposa solar e cheia de vida à senhora solitária e amargurada que foi se tornando com o passar dos anos e o distanciamento do marido. Nem é preciso dizer que Audrey faz jus a cada etapa vivida pela personagem.

4. A Odisseia nos leva a observar uma situação que não é incomum para muitos casais e famílias, que é a maneira como um sonho partilhado por duas ou mais pessoas acaba por se tornar um sonho de um indivíduo só.

Os trabalhos, projetos e negócios, a glória e a fama... quando tudo isso ganha importância desmedida na vida de alguém, as relações se desequilibram e o distanciamento é inevitável.

5. O filme lança luz à questão da preservação ambiental e sustentabilidade, e em como essa consciência se fez mais presente no final da década de 1990.

O grande motivo da discórdia entre Jacques Cousteau e o filho Philippe era que este não aprovava os métodos do pai para levantar capital para seus trabalhos, baseando-se na exploração do meio ambiente. É bonito ver que, em determinado momento, ocorre uma mudança de ponto de vista e Cousteau passa a defender causas ambientais.

TRAILER E FICHA TÉCNICA

A Odisseia (L’odyssée) – 122 min.
França – 2016
Direção: Jérôme Salle
Roteiro: Jérôme Salle, Laurent Turner, baseado nos livros de Jean-Michel Cousteau e Albert Falco
Elenco: Lambert Wilson, Pierre Niney, Audrey Tautou, Laurent Lucas, Benjamin Lavernhe, Vincent Heneine, Thibault de Montalembert, Roger Van Hool, Adam Neill, Chloe Hirschman

Estreia: 22 de março