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Lançamentos imperdíveis de abril

Aleph 13 de abril de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentário

Nunca fiz posts dedicados aos lançamentos, mas sabe, sinto falta de mostrar alguns livros fresquinhos que chamam minha atenção e que me deixam MUITO tentada a aumentar minha fila de leitura.

Tem adulto, juvenil, ficção e não ficção; lançamentos de diversas editoras, algumas parceiras do blog e outras, não. Logo abaixo, trago doze lançamentos de abril que considero imperdíveis – queria todos para mim...

OS ÚLTIMOS DIAS DE NOSSOS PAIS
Joël Dicker, ed. Intrínseca
O romance de estreia do autor de A verdade sobre o caso Harry Quebert, Os Últimos Dias de Nossos Pais aborda a criação e a verdadeira, porém desconhecida, história da SOE (Executiva de Operações Especiais). Dicker mostra como um serviço composto em sua maioria por amadores tornou-se uma das peças-chaves da Segunda Guerra Mundial.

Após a frustração de ter tido o Exército britânico encurralado em Dunquerque, Winston Churchill tem uma ideia capaz de mudar o curso da guerra: a criação de uma nova seção do serviço secreto britânico, a SOE (Executiva de Operações Especiais), responsável por conduzir ações de sabotagem e se infiltrar nas linhas inimigas. Algo jamais feito na História. Na esperança de se juntar à Resistência, o jovem Paul-Émile deixa Paris e vai para Londres. Logo recrutado pela SOE, ele se integra a um grupo de franceses que se tornam seus companheiros de coração e de armas. Passando por formações e treinamentos intensos nos quatro cantos da Inglaterra, os selecionados voltarão para a França ocupada para contribuir na resistência. Mas a espionagem alemã está alerta... A existência da SOE por muito tempo foi mantida em segredo.

Várias décadas após o fim das atrocidades da Segunda Guerra, Os Últimos Dias de Nossos Pais é um dos primeiros romances a abordar sua criação e a relembrar as verdadeiras relações entre a Resistência e a Inglaterra de Churchill. Um livro sobre amor, amizade e medo, com uma profunda reflexão sobre o ser humano e suas fraquezas.


ABANDONADO
Vinícius Pinheiro, Geração Editorial
No intrigante filme Dogville, do dinamarquês Lars Von Trier, habitantes de uma cidade à beira do fim do mundo se comportam como ratinhos de laboratório. O diretor nos faz ver quão ridículos somos quando vistos do alto.

Em Abandonado, Vinícius Pinheiro leva seus personagens para reinar na estonteante São Paulo, cidade que centrifuga tudo o que há de bom e ruim numa força avassaladora. Todos tentam dar o melhor de si, mas parecem ridículos. Tentam se levar a sério, mas percebem que o mundo está se tornando uma grande piada. Somos nós lutando para sobreviver e viver nas poucas horas vagas, enfrentando dificuldades financeiras, chefes carrascos, a mediocridade e o imediatismo que nos impedem de ser um pouquinho original.

Tudo é produção, tudo é pra ontem, tudo é insumo. Nas pinceladas das palavras, Vinícius vai desenhando momentos de ironia, sarcasmo, e nos faz rir das próprias desgraças, das próprias fragilidades. Assim, nos sentimos mais humanos quando viramos a última página. Faz lembrar os versos de Fernando Pessoa em Poema em linha reta: “Ora, então são todos semideuses? Onde há gente neste mundo?”


A CIDADE MURADA
Ryan Graudin, ed. Seguinte
Existem três regras para sobreviver na Cidade Murada. Corra muito. Não confie em ninguém. Ande sempre com uma faca.

Hak Nam é uma cidade murada de ruas estreitas e sujas, onde vivem traficantes, assassinos, prostitutas e ladrões. É também onde mora Dai, um garoto cujo passado o assombra e o mantém preso naquele lugar horrível. Para alcançar a liberdade, ele terá de se envolver com a principal gangue ali dentro e formar uma dupla com alguém que consiga entregar drogas muito, muito rápido. Alguém como Jin, uma garota ágil e esperta que finge ser um menino para conseguir sobreviver e continuar a busca por sua irmã, Mei Yee. Confinada num bordel, Mei Yee está mais perto do que Jin imagina. Ela passa os dias sonhando em fugir... até que Dai cruza seu caminho.

Inspirado na cidade murada de Kowloon, que existiu em Hong Kong até os anos 1990, este romance lírico e ao mesmo tempo cheio de adrenalina conta a luta desses três jovens, que, unidos pelo destino, tentam escapar da Cidade Murada para recomeçar a vida bem longe dali.


A ESTETIZAÇÃO DO MUNDO: VIVER NA ERA DO CAPITALISMO ARTISTA
Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, Companhia das Letras
Destruição das paisagens, esgotamento das matérias-primas e colapso dos trabalhadores - o capitalismo é uma máquina de decadência estética e de “enfeamento” do mundo. Será mesmo?

O estilo, o design e a beleza se impõem a cada dia como imperativos estratégicos das marcas, apelando ao imaginário e à emoção dos consumidores. No design, na moda, no cinema, produtos carregados de sedução são criados em massa.

Arte e mercado nunca antes se misturaram tanto, inflando a experiência contemporânea de valor estético. Gilles Lipovetsky, autor dos incontornáveis O império do efêmero e O luxo eterno, investiga com o crítico de arte Jean Serroy esse oximoro da atualidade: o capitalismo artista.


SUBMISSÃO
Michel Houllebecq, Alfaguara
O novo romance do vencedor do Prêmio Goncourt Michel Houellebecq é um dos livros mais discutidos da atualidade. França, 2022. Depois de um segundo turno acirrado, as eleições presidenciais são vencidas por Mohammed Ben Abbes, o candidato da chamada Fraternidade Muçulmana. Carismático e conciliador, Ben Abbes agrupa uma frente democrática ampla. Mas as mudanças sociais, no início imperceptíveis, aos poucos se tornam dramáticas.

François é um acadêmico solitário e desencantado, que espera da vida apenas um pouco de uniformidade. Tomado de surpresa pelo regime islâmico, ele se vê obrigado a lidar com essa nova realidade, cujas consequências — ao contrário do que ele poderia esperar — não serão necessariamente desastrosas.

Comparado a 1984, de George Orwell, e a Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Submissão é uma sátira precisa, devastadora, sobre os valores da nossa própria sociedade. É um dos livros mais impactantes da literatura atual.


OS LARGADOS
Michele Serra, Alfaguara
Com mais de 400 mil exemplares vendidos na Itália, Os Largados é um romance comovente, sobre as dificuldades de amadurecimento pelas quais todos temos de passar, em qualquer idade. Fenômeno de vendas na Itália, a obra de Michele Serra traça o conflito geracional entre um pai divorciado e seu filho adolescente, com todos os problemas que isso acarreta.

Quem narra a história é o pai, um senhor rabugento que não consegue deixar de criticar os mínimos detalhes do estilo de vida do filho. Em paralelo, ele sonha em escrever um romance, um romance irônico, que trate do conflito entre velhos e jovens levado às últimas consequências: uma guerra global. Enquanto desenvolve mentalmente a trama, ele se irrita, briga e se exaspera com o filho, que se recusa a entrar nos moldes que lhe foram impostos.

Até ele descobrir, aos poucos, que a raiz do problema talvez não esteja no garoto, mas nele mesmo. Nesse momento de virada, o leitor se dá conta de que existe algo mais. De que o amadurecimento precisa vir não só dos filhos, mas também dos pais.


SETE ANOS BONS
Etgar Keret, ed. Rocco
Considerado o principal autor israelense de sua geração, Keret registrou sua rotina durante sete anos, em crônicas e contos que vão do nascimento do filho até a morte do pai. Com momentos de estranha realidade e outros de puro nonsense, mas sem jamais perder de vista a ternura, o resultado é um retrato original e sensível da vida israelense contemporânea.

Os 36 textos curtos do livro levam o leitor a conhecer o modo de vida de Israel às voltas com guerras e conflitos políticos, e como, mesmo assim, os habitantes conseguem respirar mantendo uma sociedade moderna e globalizada. O que importa para Keret, no entanto, é revelar como as dificuldades podem ser enfrentadas através da sátira e do humor negro.

A história pessoal do escritor parece conter a história de todo o país: os pais sobreviventes do Holocausto na Segunda Guerra; a irmã mais velha que abraçou a religião ortodoxa e teve 11 filhos, cada um deles com um nome duplo composto por hífen, como é do costume hassídico; o irmão pacifista a favor da legalização da maconha.

Mas quem se revela por inteiro nas páginas do livro é o próprio escritor. Acompanhar o dia a dia de Keret é descobrir de onde ele tira a inspiração para suas histórias, que alguns críticos comparam às de Kafka. Sete Anos Bons é uma coletânea de histórias que se lê com um sorriso no rosto, mas que calam fundo, pois sabemos que seus protagonistas jogam com a vida.


ALIF, O INVISÍVEL
G. Willow Wilson, ed. Rocco
Alif vive num mundo velado. O rosto das mulheres é coberto por um véu. Suas ações como hacker, um segredo. Seu relacionamento com Intisar só permite encontros escondidos na calada da noite. Mesmo seu nome não passa de um apelido. Num contexto em que nada é o que parece, o jovem acaba envolvido em uma trama que envolve vigilância eletrônica e misticismo. Em Alif, O Invisível, teologia islâmica, o universo dos hackers e os acontecimentos da Primavera Árabe se mesclam para tecer uma rica narrativa, na qual o cotidiano colide com o sobrenatural. Elogiado pela crítica, o romance conquistou o World Fantasy Award, foi finalista do Women's Prize for Fiction e incluído na tradicional lista de livros notáveis do ano do The New York Times.

Morador da “Cidade”, localizada perto do Golfo Pérsico, Alif escapou por pouco do aparelho repressivo que prendeu e torturou blogueiros e dissidentes da Revolução egípcia. Sua sorte é posta em questão, no entanto, depois que o relacionamento com Intisar acaba, pois a jovem nobre é obrigada a se casar com um marido escolhido pelo pai. Alif utiliza, então, seus conhecimentos em informática para criar um programa capaz de identificá-la só pelo padrão de digitação, na esperança de impedir de ser encontrado online por Intisar.

A criação, porém, excede suas próprias expectativas e atrai a atenção do mais poderoso censor do governo, conhecido como “A Mão de Deus”, interessado em criar o aparelho de vigilância estatal mais sofisticado do mundo. Para complicar a situação, Alif toma posse de um misterioso livro: 'Alf Yeom: Os mil e um dias', relíquia que contém o segredo para desenvolver um novo nível de tecnologia da informação. Para impedir que o Alf Yeom caia em mãos erradas e para salvar a própria vida, Alif conta com a ajuda de uma vizinha apaixonada, um djin e uma americana convertida ao Islã. Uma jornada surpreendente que rendeu à autora comparações com escritores como Philip Pullman, Neil Gaiman e J.K. Rowling, por sua capacidade para mesclar diferentes mundos.


ANTÔNIO DESCOBRE VEREDAS
Deborah Kietzmann Goldemberg, ed. Biruta
Antônio estava vivendo a sua vida normal, tomando o suquinho que sua mãe preparava para o café da manhã e todos os outros diminutivos que tanto detestava. Estava cansado de ser tratado feito criança. Mal sabia ele que um trabalho de escola sobre a obra Grande Sertão: Veredas poderia transformar seu dia a dia e sua vida.

A leitura irá além das páginas do livro e levará o garoto a cruzar a cidade de São Paulo, para conhecer um grupo de jovens que conquistaram sua independência graças ao romance de Guimarães Rosa. A travessia de Antônio está só começando! E você está pronto para descobrir Veredas?


O PLANETA DOS MACACOS
Pierre Boulle, ed. Aleph
Em pouco tempo, os desbravadores do espaço descobrem a terrível verdade: nesse mundo, seus pares humanos não passam de bestas selvagens a serviço da espécie dominante... os macacos. Desde as primeiras páginas até o surpreendente final - ainda mais impactante que a famosa cena final do filme de 1968 -, O Planeta dos Macacos é um romance de tirar o fôlego, temperado com boa dose de sátira. Nele, Boulle revisita algumas das questões mais antigas da humanidade: O que define o homem? O que nos diferencia dos animais? Quem são os verdadeiros inimigos de nossa espécie?

Publicado pela primeira vez em 1963, O Planeta dos Macacos, de Pierre Boulle, inspirou uma das mais bem-sucedidas franquias da história do cinema, tendo início no clássico de 1968, estrelado por Charlton Heston, passando por diversas sequências e chegando às adaptações cinematográficas mais recentes. Com milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo, O Planeta dos Macacos é um dos maiores clássicos da ficção científica, imprescindível aos fãs de cultura pop.


ISCAS
J. Kent Messum, ed. Record
Dependentes químicos num jogo mortal lutando pela sobrevivência. Seis estranhos acordam em uma ilha deserta sem qualquer lembrança de como chegaram ali, mas logo se torna evidente o que todos têm em comum: são dependentes de heroína. Sequestrados e colocados à força em um jogo mortal.

Em pouco minutos, começam a discutir, porém os ânimos se acalmam quando eles encontram um baú com água, comida e uma carta informando que ninguém irá socorrê-los e que, do outro lado do canal, há uma segunda ilha, onde eles encontrarão mais suprimentos e uma recompensa para quem completar a tarefa: uma dose da mais pura heroína.

Quando os primeiros sintomas da abstinência aparecem, eles não veem alternativa a não ser se entregar à pressão psicológica imposta pelos misteriosos torturadores. Então se aventuram em um oceano de terror.


A ACÚSTICA PERFEITA
Daria Bignardi, ed. Record
É possível viver sem expressar seus verdadeiros sentimentos? Ainda muito jovens, Arno e Sara se conhecem e rapidamente se apaixonam. Até que, numa tarde de verão, ela o deixa de forma inesperada. Dezesseis anos depois, no entanto, eles se reencontram e decidem se casar: são um casal alegre, se amam, parecem felizes. Arno se dedica por inteiro ao relacionamento e não entende as tristezas e as mentiras que começam a surgir no caminho deles.

Certa manhã, porém, um evento inimaginável o obriga a se questionar sobre a pessoa com quem viveu por treze anos, a mulher que sempre amou. Temeroso, começa a seguir pistas de mágoas da juventude e paixões sufocadas e, com crescente pesar, encontra o fio da meada de histórias insuspeitáveis.


*****

Difícil escolher, mas Submissão é o que mais tem me deixado afoita: o mundo tem falado bastante no livro nos últimos meses, ou seja, é quase impossível não ficar nem um pouco curiosa. E na opinião de vocês, quais lançamentos parecem mais irresistíveis?!

Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!

 

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