Comecei a semana falando de As Duas Irenes, uma produção nacional bonita e delicada que estreia esta semana no cinema. Mas um outro filme, que chega às telonas nesta quinta-feira (14), também merece atenção e um espacinho no nosso coração – e bolso! – cinéfilo.

Falo de Columbus, longa de estreia do diretor Kogonada, que promete deleitar os apreciadores de um bom filme indie.

Unindo arquitetura e temas reflexivos, a trama fala sobre Jin (John Cho), um estrangeiro que chega a uma cidadezinha simples, mas povoada por construções modernistas, por conta da morte iminente do pai – que nunca lhe deu a devida atenção.

Lá ele conhece Casey (Haley Lu Richardson), uma jovem que mora com a mãe e que é fascinada por arquitetura. Ambos com um futuro incerto pela frente, Jin e Casey compartilham momentos, percepções e encontram o apoio de que precisam em um período delicado de suas vidas.

Um filme especial, sem dúvida. Quer saber mais? Olha aí 3 motivos para ver Columbus no cinema:

1. O PAPEL DA ARQUITETURA

A arte, mais especificamente a arquitetura, orienta a história do filme e dialoga com os protagonistas.

O longa foi rodado na cidade de Columbus, no estado de Indiana, EUA. A cidade é conhecida por sua arquitetura moderna e única, e venerada por arquitetos ao redor do globo desde o período pós-Segunda Guerra. Mas, ainda assim, ainda é uma cidade pequenina e conservadora, que serve de cenário para essas construções arrojadas e que apontam adiante – uma arquitetura que parece deslocada de onde se encontra inserida.

Nesta mesma cidade, encontramos duas vidas situadas como num limbo, estagnadas diante da perspectiva de um futuro desconhecido e assustador. Um aparentemente interminável estado de espera até que um movimento – ora dessas pessoas, ora da vida – defina suas trajetórias.

Casey, em especial, é deslumbrada pela arquitetura modernista da cidade, assim como é sensível e movida por esta forma de arte. De certa maneira, ela também é o ponto grandioso, mas deslocado e perdido, encravado em um meio tão imutável e pequeno.

2. ESTREIA DE KOGONADA COMO DIRETOR

Columbus é o primeiro filme de Kogonada como diretor. Nascido em Seul e criado no Centro-Oeste dos Estados Unidos, o diretor é especialmente conhecido por seus ensaios em vídeo sobre grandes nomes do cinema, como Hirokazu Koreeda e Ingmar Bergman, e já havia um tempo pensava em dirigir longas-metragens.

3. OS TEMAS ABORDADOS

Columbus é um filme que aborda a questão da perda e da morte, das responsabilidades, das despedidas – de pessoas, de lugares, de situações e da própria vida. “Esperei minha vida toda para participar de um filme como este”, foram as palavras de John Cho, o protagonista do longa.

Pela trama em si, pelas reflexões que ela suscita, pela profundidade dos diálogos e pelos silêncios tão preenchidos. Columbus, além de filme, poderia muito bem ser um livro – e, acreditem, este é um elogio que eu não costumo fazer assim à toa.

TRAILER E FICHA TÉCNICA

Casey mora com sua mãe em uma pequena cidade assombrada pela promessa de modernismo. Jin, um visitante do outro lado do mundo, comparece para ver seu pai, que está morrendo. Sobrecarregados pelo peso do futuro, eles encontram refúgio um no outro e na arquitetura que os cerca.

Columbus (Columbus) – 104 min.
EUA – 2017
Direção: Kogonada
Roteiro: Kogonada
Elenco: John Cho, Haley Lu Richardson, Parker Posey, Michelle Forbes, Rory Culkin

Estreia: 14 de setembro