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Resenha: Autoridade (Trilogia Comando Sul #2), de Jeff Vandermeer

Ficção científica 21 de agosto de 2017 Aline T.K.M. 7 comentários

Resenha: Autoridade, segundo livro da Trilogia Comando Sul, de Jeff Vandermeer, editora Intrínseca

Li Aniquilação no início deste ano e me surpreendi: foi um dos livros que mais me aterrorizou na vida! Além disso, já ando ansiosa há um tempo pela adaptação cinematográfica, com Natalie Portman, que chega aos cinemas em 2018. Se você ainda não viu a resenha do livro, corre aqui!

Daí lá fui eu – com uma baita sede ao pote, só para constar – ler Autoridade, o segundo volume da Trilogia Comando Sul, de Jeff Vandermeer. Cheguei neste livro cheia até a alma de perguntas e muito empolgada com o impacto que o livro anterior deixou em mim. Bom, o resultado não foi assim 100% satisfatório...

Em Aniquilação, conhecemos a Área X – uma espécie de reserva misteriosa, cercada por uma fronteira invisível – a partir da experiência da bióloga, em meio à décima segunda expedição ao local organizada pelo Comando Sul, que é uma agência secreta do governo.

Já em Autoridade, nos deparamos com uma nova perspectiva da região e dos mistérios que a envolvem. É que a história agora é protagonizada por John Rodriguez, mais conhecido como Controle, que é contratado para o posto de diretor no Comando Sul – a pessoa que ocupava o cargo anteriormente está desaparecida.

Dentro da organização, que está mergulhada no caos, Controle começa a penetrar os segredos da Área X. Desgastado, estudando relatórios produzidos ao longo de trinta anos e vídeos de antigas expedições, e encarando interrogatórios com a bióloga que parecem não levar a lugar algum, Controle se vê frente a frente com algumas descobertas perturbadoras.

Resenha: Autoridade, segundo livro da Trilogia Comando Sul, de Jeff Vandermeer, editora Intrínseca

Neste segundo volume da trilogia, a gente começa a descobrir mais sobre o Comando Sul e a perceber que muitas coisas parecem erradas dentro da organização. Alguns funcionários são hostis, outros são bem esquisitos e, ainda, alguns parecem se incomodar com a presença de Controle.

Ao mesmo tempo, Controle está emocionalmente fragilizado, já que também precisa enfrentar algumas verdades que até então desconhecia sobre si mesmo e sua própria vida.

A escrita do Vandermeer continuou me cativando em Autoridade, mas confesso que, diferentemente da leitura do primeiro livro, aqui a coisa aconteceu de forma meio arrastada em diversos momentos. Não consegui me conectar tão profundamente com a história de Controle como me conectei com a da bióloga em Aniquilação. Além disso, os mistérios em torno da Área X só aumentaram – o que é bom, mas eu também esperava encontrar algumas respostas aqui.

Os momentos que mais impulsionam a trama, a meu ver, são aqueles ligados à figura da bióloga. E também, devo ser justa, os capítulos finais elevam os níveis de tensão e o desfecho é digno de deixar qualquer um louco pelo terceiro livro.

Entre trechos arrastados e outros extremamente empolgantes, o balanço geral de Autoridade é, sim, positivo. O fascínio e o horror continuam com tudo, bem como toda a aura bizarra que permeia a história, que é classificada como New Weird Fiction, uma vertente da ficção científica – falei mais sobre essa classificação de gênero lá na resenha de Aniquilação.

Resenha: Autoridade, segundo livro da Trilogia Comando Sul, de Jeff Vandermeer, editora Intrínseca

Leitura recomendada, mas esteja ciente de que a) a pegada não é a mesma de Aniquilação, não espere por isso, e b) não há respostas muito significativas sobre a Área X.

A coisa boa é que ainda tem o terceiro e último volume da trilogia, Aceitação. Eu continuo na pilha para ler o desfecho da história o quanto antes; a única coisa é que, agora, vou com menos sede ao pote e talvez mais preparada para a possibilidade, ainda que remota, de uma decepção.

LEIA PORQUE

Se você leu Aniquilação, não pode simplesmente não continuar lendo a trilogia, né?! Pelamor... Mas vá com calma e não espere grandes respostas.

Aos fãs de sci-fi, recomendo muito esta trilogia – se é que vocês ainda não leram!

DA EXPERIÊNCIA

Não foi tuuuuudo aquilo que eu esperava. Mas, mesmo assim, a experiência foi superboa, continuo gostando do autor e animada com a trilogia.

FEZ PENSAR

Sigo achando que a trilogia Comando Sul tem tudo para agradar quem curte a série Stranger Things, da Netflix.

Ler Autoridade me fez pensar na relação de amor e ódio que tive com alguns livros e séries. O caso mais memorável, sem dúvida, foi com a trilogia 1Q84, do Haruki Murakami. Tive uma pequena crise com o terceiro livro, mas é uma das obras favoritas da vida.


Capa do livro Autoridade (Trilogia Comando Sul #2), de Jeff Vandermeer

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Título: Autoridade (Trilogia Comando Sul #2)
Título original: Authority
Autor(a): Jeff Vandermeer
Tradução: Braulio Tavares
Editora: Intrínseca
Edição: 2015
Ano da obra: 2014
Páginas: 384

Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!

 

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7 comentários

  1. Ainda achei que essa nota foi alta. Decepção foi pouco p esse livro, ritmo arrastado, CHATO... Fiquei forçando e me sentia o próprio Controle, andando em círculos sem nenhuma respostas e mais mistérios mas nem eles foram suficientes para me convencer infelizmente ☹

    Abs

    http://tediosoc.blogspot.com

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    1. É que se for comparar com Aniquilação, sem chances mesmo. No começo eu tava gostando, aí no meio deu aquela caída, depois no final fiquei animada de novo. Foi meio montanha-russa, mesmo. Não achei um livro ruim, mas podia ter sido tão melhor. Agora vamos ver o terceiro... Abs!

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  2. O filme é incrível. É uma boa opção para uma tarde de filmes. Natalie Portman é ótima. Adoro os filmes de ficção cientifica, são muito emocionantes! Li que iam lançar Fahrenheit 451 o filme e o tema não me interessou, mas um dia vi um trailer e fiquei intrigada. Além, ouvi dizer que o filme é baseado em um livro, nunca tinha escutado dele, mas li uma resenha e me chamou a atenção. Também tem um ótimo elenco, como Michael Shannon e Michael B. Jordan. Acho que será um dos melhores filmes de ficção cientifica, espero muito do filme, espero que seja umas das melhores adaptações para ver, não posso esperar para vê-la. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.

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    1. Aniquilação é incrível mesmo, gostei demais do filme, mesmo que ele não seja exatamente fiel à trilogia. Pois é, estou bem ansiosa para conferir Fahrenheit 451, mas por incrível que pareça ainda não consegui ler o livro - é daqueles que estão há anos parados na minha estante, vou ver se pego ainda este ano. Não sei se você sabe, mas Fahrenheit 451 já foi adaptado antes pelo Truffaut, filme ótimo, um pouquinho lento, mas muito bom - e é Truffaut, né! <3 Eu adoro distopias, então esse tipo de tema me deixa muito curiosa. =D

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  3. Pelo estilo de narrativa de Autoridade para mim ampliou mais a admiração pelo autor. Eu li já esperando que algumas coisa ficassem no ar e então entendi esse livro como uma ponte para o último o Aceitação. Controle foi um personagem que eu me identifiquei bastante, principalmente pela ironia no nome, já que estava num ambiente onde se sentia completamente "sem controle" notadamente. Sobre o filme, eu gostei dele, mas fico um tanto frustrado em saber que muita coisa ficou de fora na adaptação já que o diretor foi radical em fazer uma versão fechada sem margem a continuação. Entretanto, eu acredito que a Trilogia Comando Sul daria uma ótima série. Espero que alguém tenha essa ideia, rsrsrsrs.

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    1. O meu problema com Autoridade foi talvez a minha empolgação com Aniquilação. Saí do primeiro livro muito "uauuuu" e fui com expectativas semelhantes para o segundo. E então achei o negócio mais lento - e olha que eu costumo gostar de narrativas mais "lentas", descritivas, enfim. Mas lá pro terço final o livro me ganhou novamente e engatei animada para o terceiro.
      Sobre o Controle, tive uma relação de amor e ódio com ele rsrsrsrs, a passividade dele às vezes me irritava, mas eu compreendia o porquê dela existir.
      Quanto ao filme, eu adorei. Também tive uma ou outra frustração, mas gostei das escolhas feitas para a adaptação, achei que ficou um p* filme, e o melhor é que o final não é engessado - uma continuação não seria necessária, mas, se acontecesse, também faria sentido.

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